(Foto: Maique Borges) — Foto: Cooperadores do Evangelho |
Continuando a série Depressão: Como vencer o esgotamento espiritual no minitério
Temos de aceitar, antes de tudo, o fato de somos frágeis e, como pastores, estamos sujeitos a quebrarmos como os vasos de barro. E por isso, somos criaturas emocionalmente frágeis. Por causa de nossos primeiros pais, Adão e Eva, toda a nossa genética ficou comprometida. Toda a descendência humana tornou-se fragilizada em consequência do pecado e do seu poder corruptivo. O grande rei Devi experimentou essa fragilidade e sentiu na própria carne os efeitos da ansiedade e da depressão. Ele sentiu o gosto amargo da tristeza e pode retratar essa experiência no Salmo 31:10-12: "Porque a minha vida está gasta de tristeza e os meus anos, de suspiro. [...] Sou como um vaso quebrado".
Esse lamento de Davi demonstra causas genéricas de sua vida política, social e até física que o faziam viver sempre com grandes emoções. Às vezes, nesse estado de espírito, com o coração apertado e deprimido, Davi escrevia poesias carregadas de melancolia. Outras vezes, ficava tão "para baixo", que se sentia o pior homem na face da Terra. Concluía, afinal, que a despeito de todos os sucessos do seu reino, ele não passava de um vaso quebrado. Às vezes, em tempos de paz e prosperidade, nos esquecemos que somos "vasos de barro". Isto significa entendemos que somos vulneráveis às fragilidades, tanto físicas quanto emocionais. Davi descobriu que, pelo fato de ser um rei, não era invulnerável e essas fragilidade e às pressões da vida, como no mito do "super-homem".
O homem segundo o coração de Deus entendeu que era apenas um "vaso de barro", que pode ser quebrado, e que também há um oleiro especialista em refazer, reestruturar e restaurar vasos quebrados.
Muitos de nós enfrentamos emoções que podem nos levar "ao cimo do monte" ou ao "vale sombrio". É assim que nos sentimos, às vezes. Como pastores, temos a tendência de imaginar-nos invulneráveis. Somos, às vezes, acometidos pela "síndrome de super-homem", e parece que nada nos atinge. Iludimo-nos com a ideia de que podemos resolver todos os problemas da igreja. Mas o tempo acaba nos ensinando que, física, emocional e espiritualmente, podemos nos estressar e temos dificuldades em lidar com as nossas próprias emoções. É aí que começa o "vale sombrio" do desespero, da decepção e da depressão.
A história de Elias nos mostra dois ângulos da sua vida. Primeiro, ovemos forte, vitorioso e decidido. Depois, ovemos medroso, decepcionado e deprimido. Após uma grande vitória contra os profetas de Baal, quando deveria estar no ápice do "bom humor" e da alegria, Elias se deixa dominar por um estado de ânimo deprimente. Antes, vitorioso; depois, totalmente deprimido querendo desistir da vida e cheio de medo da diabólica Jezabel. Isto nos convence de que é possível em tempos de conquistas e vitórias um crente ser acometido por um desânimo e até cais em depressão. Homens e mulheres santos, da Bíblia e fora dela, tem experimentado emoções fortes, boas e más. Muitos deles tornaram-se vítimas da depressão, porque não souberam administrar suas emoções de modo a manter equilíbrio nas circunstâncias adversas.
Este pequeno texto é uma introdução à nossa Nova Série de postagens que irá abordar um tema muito atual e que tem afetado muitos, incluindo crentes: A Depressão.
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Intro. Depressão: Como vencer o esgotamento espiritual no ministério
Parte 1. O Vale de Sombra dos Pastores
Parte 2. Emocionalmente Frágeis
Parte 3. Pastores Também Ficam Deprimidos
- 4. Afinal, O Que é Depressão?
- 5. Sentimento de Culpa e Depressão
- 6. A Depressão é Pecado?
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Elienai Cabral é Pastor, conferencista, teólogo, membro da Casa de Letras Emílio Conde, comentarista de Lições Bíblicas da CPAD e membro do Conselho Administrativo da CPAD. Autor dos livros “Comentário Bíblico de Efésios”, “Mordomia Cristã”, “A Defesa do Apostolado de Paulo – Estudo na Segunda Carta aos Coríntios”, “Comentário Bíblico de Romanos”, “A Síndrome do Canto do Galo”, “Josué – Um líder que fez diferença”, “Parábolas de Jesus” e “O Pregador Eficaz”.
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