(Foto: Maique Borges) — Foto: Cooperadores do Evangelho |
1Rs 19:4 - E ele se
foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro;
e pediu em seu ânimo a morte e disse. Já basta, ó Senhor; torna agora a minha
vida, pois não sou melhor do que meus pais.
A ideia de pastores deprimidos se
choca com a imagem que, nós, pastores mostramos para as pessoas com as quais
convivemos na igreja. Esquecemo-nos de que somos criaturas com inteligência e
sofrimentos. Somos vasos de barro. Somos vulneráveis a fragilidades, tanto
físicas quanto emocionais. Na vida pastoral, nos sobrecarregamos com tantas
emoções negativas dos outros que não encontramos tempo para tratar das nossas
próprias emoções. Aconselhamos, exortamos as pessoas a que sejam fortes.
Animamos os desanimados. Suportamos o mau humor de pessoas nervosas, mas nós
mesmos, às vezes, ficamos tão tensos, que não encontramos onde liberar nossas
angústias, expectativas e momentos depressivos.
Dos vários homens e mulheres da
Bíblia que experimentaram a depressão, destacamos neste artigo o profeta Elias.
Sua história nos revela dois ângulos de sua vida. Num ângulo o vemos forte,
vitorioso e decidido. Noutro, o vemos decepcionado e depressivo (1Rs 19:1-17).
A experiência de Elias nos revela que, nós, homens de Deus, temos experiências
frustrantes no decorrer dos anos do ministério pastoral. Aprendemos que, a
despeito de nossa história de fidelidade a Deus e ao ministério, somos sujeitos
a não termos todas as respostas desejadas e a não sermos respondidos por Deus
todas as vezes que orarmos. Aprendemos que o silêncio de Deus é a sua melhor
resposta às nossas indagações. Com a experiência de Elias, aprendemos que Deus
pode permitir que sejamos quebrados como um vaso de barro espatifado ao chão e
que, pelo seu poder, pode nos reconstruir. Aprendemos que, às vezes, somos esmagados em nossas emoções tal qual se esmaga a “uva no lagar”, mas Deus pode
produzir um bom vinho com estas experiências. Enfim, com elas, Deus nos ensina
a lidar e administrar as circunstâncias adversas de nossa vida pessoal e
pastoral.
Quantos de nós, em algum momento
de nossa vida pastoral, desejamos desistir da lide ministerial. Sentimo-nos
incapazes de reagir para recomeçarmos e, por isso, o único desejo parece a solidão.
Na história do profeta Elias, o vimos enfrentar 450 profetas de Baal com uma fé
modelar e com uma coragem nunca dantes experimentada. De repente, bastou a
ameaça de uma mulher para que ele fraquejasse com medo de morrer. Antes, ele
enfrentou uma batalha espiritual contra o inferno para resgatar seu povo da
idolatria. Depois, não conseguia vencer os fantasmas do seu próprio coração.
Grandes batalhas, mesmo vitoriosas podem exaurir nossas forças emocionais e
espirituais. Por isso, entendemos que é possível que homens de Deus sejam
atingidos por desequilíbrios emocionais resultando em depressão.
Este pequeno texto é uma introdução à nossa Nova Série de postagens que irá abordar um tema muito atual e que tem afetado muitos, incluindo crentes: A Depressão.
Abaixo o sumário de todas as postagens posteriores, acompanhe atentamente, ou inscreva seu email no menu "Inscreva-se" para recebê-las diretamente no seu email.
Intro. Depressão: Como vencer o esgotamento espiritual no ministério
Parte 1. O Vale de Sombra dos Pastores
Parte 2. Emocionalmente Frágeis
Parte 3. Pastores Também Ficam Deprimidos
- 4. Afinal, O Que é Depressão?
- 5. Sentimento de Culpa e Depressão
- 6. A Depressão é Pecado?
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Elienai Cabral é Pastor, conferencista, teólogo, membro da Casa de Letras Emílio Conde, comentarista de Lições Bíblicas da CPAD e membro do Conselho Administrativo da CPAD. Autor dos livros “Comentário Bíblico de Efésios”, “Mordomia Cristã”, “A Defesa do Apostolado de Paulo – Estudo na Segunda Carta aos Coríntios”, “Comentário Bíblico de Romanos”, “A Síndrome do Canto do Galo”, “Josué – Um líder que fez diferença”, “Parábolas de Jesus” e “O Pregador Eficaz”.
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