(Foto: Maique Borges) — Foto: Cooperadores do Evangelho |
TEXTO ÁUREO“Lembra-te, agora: qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos? Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam isso mesmo.” (Jó 4.7,8)
VERDADE PRÁTICA
Embora transcendente, Deus tem prazer em se relacionar com o homem terreno.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jó 4.1-4
Sobre a paciência para ouvir
Terça - Jó 4.4-6
Você tem confiança em Deus?
Quarta - Jó 4.6-8
O inocente pereceu? Os retos foram destruídos?
Quinta - Jó 15.1-4
O sábio daria respostas vazias?
Sexta - Jó 22.1,2
O homem será de algum proveito para Deus?
Sábado - Jó 22.3-5
O Todo-Poderoso tem prazer em que você seja justo?
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jó 4.1-8; Jó 15.1-4; 22.1-5
Jó 4
1 - Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse:
2 - Se intentarmos falar-te, enfadar-te-ás? Mas quem poderá conter as palavras?
3 - Eis que ensinaste a muitos e esforçaste as mãos fracas.
4 - As tuas palavras levantaram os que tropeçavam, e os joelhos desfalecentes fortificaste.
5 - Mas agora a ti te vem, e te enfadas; e, tocando-te a ti, te perturbas.
6- Porventura, não era o teu temor de Deus a tua confiança, e a tua esperança, a sinceridade dos teus caminhos?
7 - Lembra-te, agora: qual é o inocente que jamais pereceu? E onde foram os sinceros destruídos?
8 - Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam isso mesmo.
Jó 15
1 - Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse:
2 - Porventura, dará o sábio, em resposta, ciência de vento? E encherá o seu ventre de vento oriental,
3- arguindo com palavras que de nada servem e com razões que de nada aproveitam?
4 - E tu tens feito vão o temor e diminuis os rogos diante de Deus.
Jó 22
1 - Então, respondeu Elifaz, o temanita, e disse:
2 - Porventura, o homem será de algum proveito a Deus? Antes, a si mesmo o prudente será proveitoso.
3- Ou tem o Todo-Poderoso prazer em que tu sejas justo, ou lucro algum em que tu faças perfeitos os teus caminhos?
4- Ou te repreende pelo temor que tem de ti, ou entra contigo em juízo?
5 - Porventura, não é grande a tua malícia; e sem termo, as tuas iniquidades?
HINOS SUGERIDOS: 31, 75, 105 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Destacar o pensamento teológico de Elifaz que faz uma defesa contundente da religião tradicional segundo a qual somente os pecadores sofriam.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Apontar a defesa de Elifaz acerca da justiça retributiva;
Mostrar a associação de Elifaz a respeito do pecado à quebra da tradição religiosa;
Identificar o abismo que Elifaz diz existir entre o Criador e a criatura.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Neste mundo, só quem comete pecado sofre? Muitos têm uma percepção teológica parecida com a de Elifaz, conforme veremos nesta lição. A justiça retributiva, embora seja uma lei que está presente nas Escrituras Sagradas, nem sempre dá conta de toda a realidade. O Livro de Jó mostrará exatamente isso. O sofrimento que o patriarca passava nada tinha a ver com a consequência de algum pecado cometido no passado. É importante aprendermos essa lição a fim de não proferirmos julgamentos precipitados em relação ao sofrimento de um irmão ou de uma irmã em Cristo.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos o discurso de Elifaz. Ele é o primeiro amigo de Jó a expor sua concepção teológica acerca da situação degradante em que se encontrava o homem de Uz. Nesse sentido, veremos que, para Elifaz, a justiça retributiva é certa, ou seja, só os pecadores sofrem e os justos não passam por revezes. Para ele, Jó contrariou esse ensinamento, atacou a forma religiosa de pensar e, portanto, feriu a ortodoxia que deveria guardar. Finalmente, veremos também as respostas de Jó a cada acusação de Elifaz.
PONTO CENTRAL
Não só os pecadores sofrem.
I – OS PECADORES NO CONTEXTO DA JUSTIÇA RETRIBUTIVA
1. A lei da semeadura e da colheita.
2. O homem colhe o que plantou.
3. A queixa de Jó.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Elifaz traz a lei retributiva, da semeadura e da colheita; mas Jó contesta essa lei em relação a si mesmo
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Antes de iniciar o primeiro tópico é importante contextualizar mais uma vez o aluno a respeito da estrutura do Livro de Jó. Informe a ele que a partir desta lição iniciaremos o estudo da parte principal do livro: os diálogos de Jó com os seus amigos Elifaz, Bildade e Zofar (Jó 4.1–25.6). Para facilitar esse processo, leve em conta o seguinte: Há pelo menos três ciclos de diálogo entre Jó e seus amigos; (1) O primeiro (4.1–14.22) está assim organizado: Elifaz e Jó (4.1–7.21), Bildade e Jó (8.1–10.22), Zofar e Jó (11.1–14.22); o segundo ciclo (15.1–21.34) está estruturado assim: Elifaz e Jó (15.1–17.16), Bildade e Jó (18,19), Zofar e Jó (20,21); finalmente, o terceiro ciclo de diálogo (22.1–25.6) está organizado desta forma: Elifaz (22), Jó (23.1–24.25) e Bildade (25.1-6). Exponha essa estrutura aos alunos, pois certamente os ajudará na melhor compreensão desses diálogos.
O patriarca se expressa em linguagem poética, mas sua mensagem é profética.
II – OS PECADORES NO CONTEXTO DA TRADIÇÃO RELIGIOSA
1. Ortodoxia engessada.
2. Uma ameaça à tradição religiosa.
3. Um defensor celeste.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Diante do novo discurso de Elifaz, Jó reclama, mas não blasfema contra Deus.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Jó também afirmava possuir uma sabedoria igual ou superior à dos seus amigos. Elifaz sarcasticamente pergunta acerca da base de sua afirmação: És tu, porventura, o primeiro homem que foi nascido? (7). Jó havia admitido que a sabedoria vinha com a idade (12.12). Ironicamente Elifaz pergunta se Jó se considerava um ser especial, alguém que ouviu o secreto conselho de Deus (8) no princípio dos tempos. Ele também pergunta: A ti somente limitaste a sabedoria? A sabedoria aqui referida é a sabedoria divina. Será que Jó, como membro do conselho celestial, tinha acesso ao conhecimento dos mistérios de Deus? Elifaz responde à pergunta que ele mesmo levantou, concluindo que Jó, na verdade, não é mais sábio do que eles: Que sabes tu, que nós não saibamos? Na verdade, existe alguém no meio deles (seria o próprio Elifaz?) que tem idade para ser pai de Jó (10). Se existe uma relação entre idade e sabedoria, então existe alguém muito mais sábio do que Jó. Elifaz também afirmou em seu primeiro discurso ter recebido sabedoria por meio de revelação divina” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.55).
III – OS PECADORES DIANTE DE UM DEUS INFINITO
1. Deus não se importa com quimeras humanas.
2. Deus caminha com os homens.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Enquanto para Elifaz Deus não se importava com as quimeras humanas, para Jó Ele caminhava com os homens.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Somente parte desta resposta a Elifaz, de forma semelhante às outras, é dirigida diretamente aos amigos. Jó também se dirige a Deus, e também há um tipo de conversa introspectiva que Jó tem consigo mesmo. O apelo prévio de Jó a Deus (13.20-28) permaneceu sem resposta. Deus aparentemente recusou-se a responder a Jó ou revelar-se a ele. Jó tinha a esperança de que seu apelo honesto aos céus convenceria seus amigos da integridade dele. Em vez disso, ele é acusado do uso astuto das palavras para ocultar o seu pecado (15.5-6). Elifaz tenta convencer Jó de que seus amigos o abandonaram, e Jó reage com ira, movido por profunda dor” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.57).
CONCLUSÃO
Estudamos o pensamento teológico de Elifaz, um dos amigos de Jó. Para ele só os maus sofriam os infortúnios da vida. Ele estava convencido de que ao se negar a reconhecer de que estava em pecado, Jó depunha contra a religião tradicional que sempre associou as desgraças ao cometimento de algum pecado. Para ele, Jó estava abandonado por Deus e isso era uma prova irrefutável de que havia pecado. Jó o contrapôs e defendeu sua integridade e comunhão diante de Deus.
PARA REFLETIR
A respeito de “A Teologia de Elifaz: Só os Pecadores Sofrem?”, responda:
• O que se quer dizer com o pensamento teológico tradicional de Elifaz?
Elifaz se dirige a Jó com uma defesa contundente do pensamento teológico-tradicional – a justiça retributiva.
• O que Jó deseja ao abrir uma porta de diálogo com Deus?
Uma conversa sincera através de um relacionamento direto com o Criador onde Jó fala com Ele e Deus fala com Jó.
• Qual o argumento do segundo discurso de Elifaz?
No seu segundo discurso (Jó 15.1-35), Elifaz argumenta que as palavras de Jó são uma ameaça ao dogma religioso aceito (15.4).
• Segundo a lição, qual consciência Jó tem a respeito da teologia de seu amigo?
Ele tem consciência de que a teologia de seu amigo se firmava na terra, mas o homem de Uz apelava aos céus.
• O que Jó demonstra e reconhece nos seus argumentos?
Ele demonstra que nunca negou a transcendência de Deus como Elifaz quer dar a entender. Ele reconhece que Deus é excelso e pode fazer o que intenta.
VOCABULÁRIO
Alienado: Que ou aquele que, voluntariamente ou não, se mantém distanciado das realidades que o cercam.
Sacríle:go Que ou aquele que comete sacrilégio (profanação de lugares, objetos e pessoas que apresentam caráter sagrado).
Quimeras: combinação heterogênea ou incongruente de elementos diversos.
Ortodoxia: Conformidade absoluta com um certo padrão, norma ou dogma.
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir, distribuir ou divulgar este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério, e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
José Gonçalves. É pastor em Água Branca, Piauí, graduado em Teologia pelo Seminário Batista de Teresina e em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí. Ensinou grego, hebraico e teologia sistemática na Faculdade Evangélica do Piauí. É comentarista de Lições Bíblicas da Escola Dominical da CPAD e autor de diversos livros.
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