Arão foi o primeiro líder dos sacerdotes hebreus. Ele era
filho de Anrão e Joquebede, e irmão de Moisés e Miriã. Arão era três anos mais
velho que Moisés, e provavelmente mais novo que Miriã (Êxodo 2:4; 6:20). A
seguir, conheceremos um pouco mais sobre quem foi Arão na Bíblia.
A história de Arão na Bíblia
A história de Arão está registrada na Bíblia a partir do
livro de Êxodo e estende-se até o livro de Deuteronômio. Ele aparece pela
primeira vez no texto bíblico quando Moisés é comissionado a ir ao Egito a fim
de libertar o povo hebreu.
Arão era descendente de Levi, e foi casado com Eliseba. Com
sua esposa ele teve quatro filhos: Nadabe, Abiu, Eleazar e Itamar. Seus dois
primeiros filhos morreram perante o altar do Senhor (Levítico 10:1,2).
Quando Moisés alegou dificuldade e falta de eloquência ao
falar, Arão é mencionado como sendo alguém que poderia ser útil, pois falava
muito bem (Êxodo 4:10-14). Arão esteve no Egito durante os quarenta anos em que
Moisés ficou ausente, até que recebeu uma ordem do Senhor para encontrar Moisés
na “montanha de Deus”.
Moisés instruiu Arão acerca da tarefa que eles realizariam.
Juntos eles se reapresentaram à comunidade dos hebreus no Egito e informaram ao
povo o que Deus iria fazer (Êxodo 4:27-31). Conforme Moisés ia recebendo a
mensagem diretamente de Deus, Arão ia transmitindo tal mensagem. Dessa forma
ele serviu como um tipo de porta-voz de Moisés diante de Faraó e diante do povo
em algumas ocasiões.
Arão diante de Faraó no Egito
Arão esteve presente com Moisés diante do Faraó do Egito.
Eles solicitaram permissão a Faraó para que o povo hebreu partisse dali rumo ao
deserto.
Arão agiu de acordo com Moisés, e realizou milagres na
presença de Faraó. Tais milagres indicavam que eles estavam ali autorizados
pelo Deus Todo-Poderoso (Êxodo 7:10). Dessa forma, Arão teve participação ativa
durante o período em que Deus enviou as dez pragas sobre o Egito.
Arão foi um dos líderes do povo de Israel
Após o povo de Israel ter saído do Egito, Arão aparece
novamente no episódio em que os amalequitas atacaram os hebreus. Nessa ocasião,
juntamente com Hur, ele sustentou as mãos de Moisés erguidas até que os
israelitas vencessem a batalha (Êxodo 17:8).
Quando chegaram ao Monte Sinai, Arão esteve entre aqueles
que receberam permissão de se aproximarem da presença do Senhor. Além dele,
esse grupo era formado por seus dois filhos, Moisés, e mais setenta anciãos
(Êxodo 24:1-11). No entanto, apenas Moisés pôde se aproximar ainda mais,
enquanto os demais contemplaram a glória do Senhor de longe.
Quando Moisés permaneceu sozinho no monte para encontrar-se
com Deus, Arão foi nomeado como líder interino dos israelitas.
Os erros de Arão
Foi durante o período em que liderou o povo na ausência de
Israel que Arão cometeu seu maior erro. Mesmo depois de ter contemplado a
glória do Senhor, ele não resistiu à pressão popular e permitiu que o povo de
Israel voltasse a idolatria.
Eles formaram um bezerro de ouro para servir como um tipo de
deus para o povo de Israel. Talvez Arão pensasse que ao adorarem aquele ídolo,
de alguma forma, a adoração seria direcionada ao Senhor (Êxodo 32:21-24).
Todavia, aquele ato foi caracterizado como pura idolatria e
terrível apostasia, e tal pecado foi duramente punido. Arão até tentou negar
sua participação naquela atitude pecaminosa (Êxodo 32:21-24). De qualquer
forma, o texto bíblico não faz menção sobre uma possível punição que ele possa
ter recebido.
Quando teve a responsabilidade de liderar o povo, Arão não
se mostrou um líder firme e sensato, mas alguém com um caráter fraco e volúvel.
Mais tarde, Arão esteve junto com Miriã numa oposição a
Moisés motivada por ciúme. Naquela ocasião Miriã foi castigada, ficando alguns
dias leprosa. No entanto, novamente não há qualquer informação sobre uma
punição direcionada a ele (Números 12).
Arão é escolhido como sumo-sacerdote
Arão foi a pessoa escolhida por Deus para estabelecer o
sacerdócio hebreu. Ele ocupou o cargo de sumo sacerdote, isto é, líder dos
sacerdotes, e recebeu vestimentas especiais segundo o relato de Êxodo 39. Houve
também uma cerimônia solene presidida por Moisés.
Como sumo sacerdote, Arão foi o líder espiritual da nação.
Ele tinha a responsabilidade de representar o povo perante Deus, intercedendo
por ele e oferecendo os sacrifícios necessários.
O sacerdócio hebreu que começou com Arão durou até o ano de
70 d.C., embora tivesse que ter sido finalizado com a primeira vinda de Cristo.
O escritor de Hebreus se referiu a Arão como o sumo sacerdote que ajudou a
preparar o povo para o sumo sacerdócio perfeito de Cristo (Hebreus 5:4).
Portanto, o sacerdócio de araônico foi temporário, mas o de Cristo dura para
sempre.
A vara de Arão floresceu
Certa vez, Coré, Datã e Abirã lideraram uma revolta contra
Moisés e Arão. Mas Deus enviou uma praga para atestar a legitimidade da
autoridade exercida pelos dois irmãos (Números 16).
Na ocasião, Arão foi para o meio da congregação e fez
expiação pelo povo, e a praga cessou. Também, para provar de uma vez por todas
que ele era o sumo sacerdote autorizado por Deus, sua vara foi a única que
floresceu dentre as diferentes varas dos filhos de Israel (Números 17:8).
Essa mesma vara foi colocada dentro da Arca da Aliança e conservada
junto com as tábuas da Lei e o vaso de maná.
A morte de Arão
Assim como Moisés, Arão também foi impedido de entrar na
Terra Prometida por conta de sua incredulidade (Números 20:12). Quando sua
morte foi anunciada por Moisés, ele foi levado ao monte Hor, e suas vestimentas
sacerdotais foram tiradas e colocas sobre Eleazar, seu filho e sucessor.
Ele morreu ali mesmo, no cume do monte Hor (Número 20:28).
Esse local já foi alvo de muitas especulações, mas sua localização exata é
desconhecida. A morte de Arão é também mencionada em outras duas passagens
bíblicas (Números 33:38,39 e Deuteronômio 10:6).
Arão morreu no primeiro dia do quinto mês do ano
quadragésimo da saída dos filhos de Israel da terra do Egito. Na ocasião ele já
estava com a idade bastante avançada de 123 anos. A congregação de Israel
chorou a morte de Arão durante trinta dias (Números 20:29).
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Maique de Souza Borges, é teólogo, estudante e amante da música sacra. Membro da Igreja Assembleia de Deus em Brasília, casado e pai de um filho. Tem interesse especial pela História da Igreja. É o criador do site Cooperadores do Evangelho. Profissionalmente atua no ramo farmacêutico e brinca de músico e programador nas horas vagas.
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