Expiação limitada em Agostinho de Hipona (354 - 430 d.C)
Agostinho observou que a Escritura apresenta mais de um tema para a expiação, ainda que a ideia de substituição seja predominante em seus escritos. Com toda a riqueza do pleno conselho de Deus, Agostinho abordou o sacrifício de Cristo como um portador do pecado, uma morte que cancela a punição. Admiravelmente, Agostinho não deu muita atenção à extensão da expiação como fez com sua concretização, e os estudiosos discordam se ele, em última análise, ensinou a expiação limitada ou universal. Entretanto, ocasionalmente ele falava da cruz como tendo intenção particular. Agostinho dizia que Cristo comprou o rebanho de Deus com o preço de seu sangue (Jo 10.11, 15). Ele escreve que a porção da igreja universal se compõe de pessoas salvas “que foram redimidas de todo pecado pelo sangue do Mediador impecável” (Augustine, Enchiridion, 16.61, citado em Augustine: Confessions and Enchiridion, 375). Inversamente, Agostinho afirma que aqueles a quem Cristo disse que não eram suas ovelhas não foram comprados por sua expiação:
“Ele os via predestinados à destruição eterna, não comprados pelo preço de seu sangue para a vida eterna.” (Augustine, John, 48.4, em St. Augustine: Tractates on the Gospel of John, 28-54, trad. John W. Rettig. Washington: The Catholic University of America Press, 1993, 639).
Somente os eleitos foram comprados por Cristo; nenhum daqueles por quem ele morreu sofrerá destruição. Agostinho afirma que “Cristo morreu pelos que são de antemão predestinados e eleitos antes da fundação do mundo” (Citado em William G. T. Shedd, Dogmatic Theology. Phillipsburg, N. J.: P&R, 2003, 207). Notando que a obra de Cristo na cruz libertou os crentes da morte eterna, ele diz:
Somente os eleitos foram comprados por Cristo; nenhum daqueles por quem ele morreu sofrerá destruição. Agostinho afirma que “Cristo morreu pelos que são de antemão predestinados e eleitos antes da fundação do mundo” (Citado em William G. T. Shedd, Dogmatic Theology. Phillipsburg, N. J.: P&R, 2003, 207). Notando que a obra de Cristo na cruz libertou os crentes da morte eterna, ele diz:
“Os que pertencem à graça de Cristo, conhecidos de antemão e predestinados e escolhidos antes da fundação do mundo, [...] simplesmente morrem como Cristo mesmo morreu por eles, isto é, somente com a morte da carne, e não do espírito.” (Augustine, On the Trinity, 13.19, em The Works of Saint Augustine: The Trinity, ed. John E. Rotelle, trad. Edmund Hill. Brooklyn, N.Y.: New City Press, 1991, 359). Porque Cristo morreu pelos escolhidos e dados a ele pelo Pai, eles não sofrem a morte espiritual. No que talvez seja seu comentário mais claro sobre esta doutrina, Agostinho dizia que a Escritura não ensina uma salvação universal, mas que a expiação de Cristo era limitada. Seu argumento é que, quando Jesus diz em João 12.32, “E eu, quando for levantado da terra, atrairei a mim todo o povo”, ele não está dizendo que todo o gênero humano será atraído a ele; ao contrário, ele está dizendo que todos os tipos de homens serão atraídos. Agostinho escreve:
“Todos é limitado pelo contexto no sentido de que todas as sortes de pessoas, todos os predestinados. [...] Todos os homens significa ou homens de todas as sortes, ou deve ser tomado com uma limitação implícita na justificação” (Augustine, John, 47.2, em St. Augustine: Tractates on the Gospel of John, 28-54, 1240).
Agostinho afirmava que este e textos similares da Escritura falam de uma expiação limitada, designada para a salvação dos eleitos de Deus.
(LAWSON, Steven J. Pilares da Graça - Longa Linha de Vultos Piedosos, volume II, página 313-314. Traduzido por Valter Graciano Martins. Publicado pela editora Fiel, SP - 2013)
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