Todos os cidadãos discordam de algumas políticas e práticas
do governo, não importa em qual país moram. Em alguns países, o povo tem pouca
voz nestas questões, enquanto outros permitem a participação limitada dos
cidadãos nas decisões do governo. Reconhecendo divergências e até abusos de
alguns governos, algumas pessoas incentivam a rebeldia dos cidadãos. Outros
simplesmente apoiam a desobediência do povo às leis. O que a Bíblia ensina
sobre a nossa atitude para com o governo? Há vários fatos e princípios revelados
nas Escrituras que nos orientam.
1) Deus é soberano. É comum observar atitudes de governantes
que se acham soberanos, agindo sem nenhuma preocupação com a vontade divina.
Alguns até procuram ditar princípios morais baseados na sua perspectiva política
e não na palavra de Deus. Esta atitude é antiga, e nunca foi bem-sucedida. Um
antigo rei do Egito desafiou o Senhor e foi humilhado por sua atitude (veja
Êxodo 5:2 e continue lendo até o capítulo 14). Séculos depois, Deus ensinou uma
lição importante para o rei da Babilônia: “o Altíssimo tem domínio sobre o
reino dos homens e o dá a quem quer”(Daniel 4:32).
2) Governos humanos são ministros de Deus para manter ordem
e castigar malfeitores. Paulo escreveu: “Todo homem esteja sujeito às
autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as
autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se
opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre
si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o
bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e
terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem.
Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a
espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o
mal” (Romanos 13:1-4).
3) Deus mandou que seus servos obedecessem à autoridade do
governo. Pedro disse: “Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do
Senhor, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por
ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o
bem" (1 Pedro 2:13-14).
4) Há um limite à nossa obediência aos governantes humanos.
Sabendo que Deus ordenou estas autoridades, entendemos também que ele limita
sua autoridade. Se uma ordem do governo entrar em conflito direto com a palavra
de Deus, devemos lembrar que o Senhor é o soberano. Os apóstolos enfrentaram
uma situação na qual foi necessária desobedecer às autoridades: “Então,
Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que
aos homens” (Atos 5:29).
O seguidor de Jesus não precisa gostar das políticas do
governo, e não precisa concordar com as opiniões das autoridades. Os trechos
citados dos livros de Romanos e 1 Pedro foram escritos durante o reinado de
Nero, um dos piores e mais cruéis dos imperadores de Roma. Mesmo assim, os
apóstolos ensinaram a obediência ao governo. Por este motivo, devemos pagar os
impostos exigidos, respeitar as leis que governam os negócios, o trânsito, a
construção, etc. Devemos ser modelos de cidadãos obedientes ao governo. Porém,
se o governo mandar matar, mentir ou cometer qualquer ato imoral, devemos ter a
coragem para desobedecer. E se o governo chegar ao ponto de negar o nosso
direito de servir a Deus, de se reunir com outros que compartilham a mesma fé
ou de pregar a palavra do Senhor, devemos falar o que Pedro falou: “Antes,
importa obedecer a Deus do que aos homens”.
Nas situações normais, os cristãos devem ser alguns dos
melhores cidadãos em qualquer pais, respeitando a lei e aqueles que exercem
autoridade. Mas no caso de governos que procuram se exaltar acima do próprio
Senhor, Deus continua soberano!
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