Referência:
Judas 1.25
INTRODUÇÃO
1.Judas,
irmão de Jesus, escreveu esta carta para exortar (esta palavra era usada para
descrever um general dando ordens a um exército) a igreja a batalhar pela fé
evangélica (v. 3). Era um tempo perigoso, onde muitos falsos mestres estavam
sorrateiramente entrando dentro das igrejas e ensinando heresias.
2.Judas
que antes não cria em Jesus (Mc 6:3), depois da sua ressurreição, estava entre
os 120 que receberam o derramamento do Espírito Santo no Pentecoste (At 1:14).
I. UM
CHAMADO À BATALHA ESPIRITUAL – V. 1-7
1. O
exército de Deus – v. 1-2
O que os
crentes são – Judas usa três expressões para descrever os crentes: 1) Os
chamados – Foi Deus quem nos escolheu primeiro. Ele nos predestinou e nos
chamou. 2) Os amados – Deus nos amou com amor eterno. Ele nos amou primeiro. 3)
Os guardados – Enquanto Deus preserva os anjos caídos (Jud 6) e os falsos
mestres (v. 13) para condenação, preserva os crentes para a glória (v. 1).
O que os
crentes têm – Novamente Judas usa três expressões para descrever as bênçãos que
os crentes possuem e que podem ser multiplicadas: 1) Misericórdia – Deus em sua
misericórdia não nos dá o que merecemos, visto que lançou sobre o seu Filho o
castigo que merecemos. 2) Paz – Uma pessoa não convertida está em guerra contra
Deus, mas por causa da obra de Cristo na cruz, fomos reconciliados com Deus e
temos paz com Deus. 3) Amor – A cruz é a demonstração do amor de Deus. Os
apóstatas podem pecar, cair e sofrer condenação, mas os verdadeiros crentes são
guardados em segurança em Cristo por toda a eternidade.
2. O
inimigo – v. 3-4
Judas
escreve para alertar a igreja sobre a batalha da fé, visto que a igreja estava
sendo minada por falsos mestres (v. 3). Judas agora identifica o inimigo, os
apóstatas, nessa batalha e traça suas características:
a) Eles
são dissimulados – v. 4a – Os falsos mestres entram na igreja porque os crentes
dormem (Mt 13:25,38). Eles vêem de fora e surgem de dentro da igreja (At
20:29-30).
b)Eles
são ímpios – v. 4b – Eles dizem pertencer a Deus, mas eles são ímpios na sua
forma de pensar e agir (2 Tm 3:5).
c)Eles
são inimigos da graça de Deus – v. 4c – Eles entram na igreja para mudar a
doutrina. Eles querem encontrar base doutrinária para justificar sua conduta
libertina. Prometem liberdade, quando eles mesmos são escravos (2 Pe 2:13-14).
d)Eles
negam a supremacia de Jesus Cristo – v. 4d – Eles podiam até afirmar que Jesus
era um grande mestre, mas não o verdadeiro e soberano Deus e Senhor.
e)Eles
são destinados para a condenação – v. 4b – O texto não está dizendo que eles
foram destinados para serem apóstatas, como se Deus fosse responsável por seus
pecados. Por se tornarem apóstatas Deus os destinou à condenação.
Como a
igreja vai enfrentar os falsos mestres? Batalhando pela fé, ou seja, pela
verdadeira doutrina. A palavra “batalhar” (v. 3) é agonizar. O púlpito deve
tanto proclamar a verdade como denunciar o erro.
3. A
vitória – v. 5-7
Judas dá
três exemplos do juízo de Deus sobre aqueles que resistiram a sua autoridade e
se apartaram da verdade. Judas está dizendo que Deus julga os apóstatas e os
falsos mestres.
a)Israel
– v. 5 – Os pecados de Israel foram registrados para nos alertar (1 Co 10:11).
Aqueles que se apartaram da verdade pereceram no deserto.
b)Os
anjos caídos – v. 6 – Deus exerceu o seu juízo sobre os anjos caídos e os
condenou ao inferno (2 Pe 2:4).
c)Sodoma
e Gomorra – v. 7 – Os sodomitas entregaram-se à prostituição e ao
homossexualismo e Deus os condenou ao fogo eterno.
O pecado
de Israel foi incredulidade. O pecado dos anjos foi rebelião contra a
autoridade de Deus e o pecado de Sodoma foi indecência moral. Do mesmo jeito
que Deus julgou os anjos, os estrangeiros e Israel, ele julgará os falsos
mestres. Ninguém poderá rebelar-se contra a autoridade de Deus e prevalecer.
II.
DESMASCARANDO O INIMIGO, OS APÓSTATAS – V. 8-16
Tudo que
Judas escreveu sobre os apóstatas nesse parágrafo pode ser sintetizado em três
sentenças:
1. Eles
rejeitam a autoridade divina – v. 8-11
Toda a
autoridade vem de Deus. Aqueles que exercem autoridade, devem estar debaixo de
autoridade. O apóstatas se colocavam acima das Escrituras e dos apóstolos (v.
8). Exemplo: Hoje alguns líderes se auto promovem e se chamam apóstolos.
A causa
da rebelião é que eles são sonhadores alucinados (v. 8). Eles vivem num mundo
irreal e ilusório. Eles crêem na mentira de Satanás (Gn 3:5). Eles se tornam
como animais que vivem guiados pelo instinto (v. 10 e 2 Pe 2:12,22). Eles se
entregam à luxúria (v. 8) e desandam a boca para demonstrar sua rebelião contra
Deus (v. 8c,10; Sl 73:9,11).
A
consequência da rebelião é que eles se corrompem ou se destroem (v. 10c). O
caminho da rebelião é o caminho da ruína.
A
condenação dos rebeldes é visto no v. 11. Caim rebelou contra a autoridade de
Deus na questão da salvação, Balaão na questão da separação e Coré na questão
do serviço.
a)O
caminho de Caim – Caim rebelou-se contra o caminho de Deus para a salvação (1
Jo 3:11-12). Caim rejeitou o caminho da salvação pela graça. Caim queria
agradar a Deus sem fé. O caminho de Caim é o caminho do orgulho, da justiça
própria.
b)O erro
de Balaão – O erro de Balaão foi a ganância de comercializar o dom de Deus e o
ministério com o fim de ganhar dinheiro (2 Pe 2:15-16). Os falsos mestres
trabalham na igreja para ganhar dinheiro (1 Ts 2:5-6; 1 Tm 6:3-21). Balaão
induziu o povo de Deus a pecar.
c)A
revolta de Coré – Coré se rebelou contra a autoridade de Moisés e
consequentemente contra a autoridade de Deus concedida a Moisés. Deus o julgou.
2. Eles
recorreram a uma deliberada hipocrisia – v. 12-13,16
Judas
apresenta seis figuras fortes para descrever a hipocrisia dos falsos mestres:
1)Rochas
submersas nas festas de fraternidade – Eles se infiltram no meio da igreja para
provocar acidentes e naufrágios espirituais.
2)Pastores
que se apascentam a si mesmos – Eles usam e abusam do povo em vez de cuidar do
povo (2 Co 11:20; Ez 34:2).
3)Nuvens
sem água – Nuvens que prometem chuva, mas desapontam em trazer a água. Os
apóstatas parecem trazer ajuda espiritual para as pessoas, mas fracassam. Eles
prometem liberdade, mas são escravos (2 Pe 2:19). Eles não têm a doutrina (Dt
32:2; Is 55:10) por isso são nuvens sem água.
4)Árvores
mortas – São árvores sem fruto e sem raiz. Que contraste com os justos (Sl
1:3). O fruto é a marca do discípulo (Jo 15:8).
5)Ondas
bravias do mar – A onda revolta do mar traz sujeira e perigo (Is 57:20).
6)Estrelas
errantes – Estrelas errantes só podem conduzir as pessoas ao abismo em que elas
mesmas são lançadas.
7)Murmuradores
e aduladores – v. 16
3.Eles
receberam sua devida penalidade – v. 14-15
No meio
de uma sociedade que se corrompia, Enoque andou com Deus (Gn 5:18-24; Hb 11:5).
Sua geração escarneceu dele, como os falsos mestres escarneceram da doutrina da
segunda vinda de Cristo (2 Pe 3:1-9).
O juízo
será pessoal – Enoque diz que não um acontecimento como o dilúvio, mas o
próprio Senhor veio pessoalmente exercer juízo (v. 14-15).
O juízo
será universal – O juízo final apanhará a todos os ímpios (v. 15). Ninguém
escapará do justo e reto juízo de Deus. Somente aqueles que são selados estarão
seguros (Rm 8:31-39).
O juízo
será justo – Deus fará convictos todos os ímpios (v. 15) acerca de todas as
obras ímpias que impiamente praticaram e todas as suas palavras insolentes
(v.15).
III.
MANTENDO-SE FIRME NA GUERRA, SEM VACILAR – V. 17-25
1.
Relembre a Palavra de Deus – v. 17-19
a)Relembre
quem deu a Palavra – v. 17 – As Escrituras vieram-nos através dos apóstolos. Os
falsos apóstolos queriam se colocar acima dos apóstolos de Jesus Cristo.
Chamavam-se a si mesmo de apóstolos e diziam ter novas revelações de Deus.
b)Relembre
o que eles disseram – v. 18 – Os apóstolos já haviam alertado sobre o perigo
dos falsos mestres e dos falsos ensinos (1 Tm 4:1; 1 Jo 4:1; 2 Pe 2; 3:3).
c)Relembre
porque eles disseram – v. 19 – Os falsos mestres desejam dividir a igreja e
levar os crentes para fora da verdadeira comunhão dos santos (At 20:30). Eles
não só dividem a igreja, mas a enganam, porque eles não têm o Espírito Santo
(v. 19b).
2.
Edifique a sua vida cristã – v. 20-21
a)O
fundamento para a vida cristã – A nossa fé santíssima ( A Palavra).
b)O poder
para a edificar a vida cristã – A oração no Espírito. Assim, a Palavra de Deus
e a oração devem andar juntas para a edificação da igreja (At 6:4).
3.
Comprometa-se com a evangelização – v. 22-23
a)Compadeça
dos que estão na dúvida – São as pessoas que estão confusas com os falsos
ensinos, sendo seduzidas pelo engano. Ensine a Palavra para elas. Mostra-lhes
as glórias do evangelho.
b)Salva
os que estão no fogo – Assim como os anjos tiraram Ló de Sodoma, devemos tirar
aqueles que estão nas garras dos falsos mestres. Há pessoas que são como tição
tirado do fogo (Zc 3:2).
c)Cuidado
para não se queimar ao tentar salvar os outros do fogo – “sede compassivos em
temor, destando até a roupa contaminada pela carne”. Devemos amar o pecador,
mas abominar o pecado.
4.Comprometa-se
com Jesus Cristo – v. 24-25
a)Ele é
poderoso para nos guardar de tropeço
b)Ele é
poderoso para nos levar para a glória
c)Ele é
digno de ser exaltado de eternidade a eternidade.
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