Warren Wiersbe, insigne comentarista bíblico, diz que o apóstolo Paulo
oferece-nos três retratos da igreja em sua Primeira Carta aos Coríntios,
capítulo três: a igreja é uma família cujo alvo é a maturidade; a igreja é um
campo cujo propósito é a quantidade; e, a igreja é um edifício, cuja finalidade
é a qualidade. Vamos considerar essas três figuras.
1. A igreja é uma família, cujo alvo é a maturidade
(1Co 3.1-5). Na
igreja de Corinto o processo de maturidade espiritual estava atrasado. Os
crentes ainda eram crianças em Cristo, imaturos e, estavam bebendo leite,
quando deveriam ser pessoas adultas e maduras na fé. Por serem crianças
espirituais estavam andando segundo o homem e criando partidos dentro da
igreja, promovendo o culto à personalidade. Na igreja de Corinto havia quatro
partidos: o partido de Paulo, de Cefas, de Apolo e de Cristo. Não que esses
líderes contribuíssem para essa atitude carnal; ao contrário, combatiam-na com
tenacidade. Um crente imaturo tem sempre a tendência de seguir um líder e
tornar-se dependente dele, em vez de ter um relacionamento pessoal com Jesus.
Um crente carnal sente-se mais seguro sob a sombra de alguém do que caminhar
resoluto com os olhos fitos em Deus. Um crente carnal é um crente a reboque
como Ló; se a corda que o prende a seu líder se romper, ele fica à deriva.
Paulo diz que a igreja é uma família, onde essas crianças espirituais precisam
crescer rumo à maturidade.
2. A igreja é um campo, cujo propósito é a
quantidade (1Co 3.6-9a). Paulo muda a metáfora da família para o campo e passa da linguagem
doméstica para a faina da agricultura. Se o alvo da família é a maturidade, o
alvo do campo é a quantidade. Num contexto de disputas e invejas dentro da
igreja, Paulo afirma que um planta, o outro rega, mas o crescimento vem de
Deus. Quem deve receber a glória pelos resultados da colheita não é o que
planta nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Quem planta ou quem
rega, ambos devem ter o mesmo propósito. Eles visam o mesmo resultado. Por
isso, vão receber sua recompensa. Porém, precisamos entender que somos apenas
cooperadores de Deus e lavoura de Deus. Ao mesmo tempo em que somos
cooperadores de Deus, ou seja, semeadores que cuidam da semente para que ela
brote, cresça e tenha condições de frutificar, também, somos a própria lavoura
de Deus que deve produzir muito fruto, a fim de que Deus seja glorificado.
3. A igreja é um edifício, cuja finalidade é a
qualidade (1Co 3.9b-17). Ao tratar da igreja, mais uma vez Paulo muda a metáfora. Agora faz uma
transição do campo para o edifício, da quantidade para a qualidade. A igreja é
um edifício. Esse edifício tem um fundamento, que é Cristo. Ninguém pode lançar
outro fundamento. Edificar nossa vida espiritual sobre outra base é consumada
insensatez. É como construir sobre a areia. É construir para o desastre. Sobre
o fundamento que é Cristo precisamos construir com materiais nobres e
duradouros como ouro, prata e pedras preciosas. O uso de materiais perecíveis
como madeira, palha e feno não suportaria a prova de fogo e o resultado é que
essa obra pereceria irremediavelmente. Esse edifício precisa ter qualidade. A
vida cristã é uma vida de excelência e não de incúria e descuido espiritual.
Paulo usa esta figura para mostrar que esse edifício é o próprio santuário de
Deus, e esse santuário não é um monumento morto, mas um edifício vivo, pois nós
somos o santuário de Deus e ele habita em nós. Porque Deus habita em nós, esse
santuário é sagrado e não pode ser destruído. Esse santuário é o nosso corpo e devemos
glorificar a Deus nele, sabendo que se nos dedicarmos a uma construção com
qualidade receberemos de Deus o galardão.
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Maique de Souza Borges, é teólogo, estudante e amante da música sacra. Membro da Igreja Assembleia de Deus em Brasília, casado e pai de um filho. Tem interesse especial pela História da Igreja. É o criador do site Cooperadores do Evangelho. Profissionalmente atua no ramo farmacêutico e brinca de músico e programador nas horas vagas.
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