É conhecida a expressão “contribua de acordo com a sua renda para que Deus não torne a sua renda de acordo com a sua contribuição”. A contribuição com a obra de Deus e a oferta aos pobres e necessitados é uma prática bíblica inquestionável. Infelizmente, vivemos hoje dois extremos nesta questão: aqueles que ultrapassam os limites das Escrituras e gananciosa e astuciosamente arrancam o último vintém dos incautos, mercadejando a Palavra de Deus e vendendo no balcão da fé a sua graça e aqueles que amam mais o dinheiro do que a Deus e fecham o coração e o bolso, negligenciando a graça da contribuição, sendo infiéis na mordomia dos bens. 
A devolução dos dízimos é um ensino bíblico insofismável, presente antes da lei, durante e lei e depois da lei. A contribuição pessoal, voluntária, generosa, sistemática e alegre está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. O rei Davi ofereceu-nos alguns princípios importantes sobre a contribuição que glorifica a Deus, quando se preparava para a construção do templo de Jerusalém. Vejamos:


1. Devemos contribuir porque a obra de Deus a ser realizada é muito grande – 1 Cr 29:1

Davi disse: “… esta obra é grande; porque o palácio não é para homens, mas para o Senhor Deus”. Davi estava construindo o templo e o palácio. Queria fazer o melhor e dar o melhor para Deus. Tudo o que fazia não era pensando nos homens, mas em Deus. Igualmente, a igreja está realizando uma grande obra: não apenas na construção e ampliação de templos, mas na expansão do Reino de Deus. Há templos a serem construídos, igrejas a serem plantadas, pessoas necessitadas a serem assistidas, missionários a serem enviados, muito terreno a ser conquistado aqui e além fronteira.


2. Devemos contribuir com liberalidade porque Deus merece o melhor – 1 Cr 29:2

Davi, com todas as suas forças preparou para a Casa de Deus, em abundância, aquilo que existia de melhor. Deus é dono de tudo. Tudo o que temos vem das suas mãos. Tudo o que damos, também procede de suas dadivosas mãos. Ele é Deus de primícias. Ele merece o melhor e não as sobras. As coisas de Deus precisam ser feitas com excelência. Não podemos ofertar a Deus com usura, pois ele não nos dá suas bênçãos por medida. Ao ofertar ao Senhor, devemos colocar aí o nosso coração e a nossa força.


3. Devemos contribuir motivados por grande amor a Deus e a sua obra – 1 Cr 29:3

Davi não apenas recolheu ofertas dos outros, mas ele pessoalmente, deu para a Casa do seu Deus o ouro e a prata particulares que tinha. E fez isso, porque amava a Casa do seu Deus. Quem ama dá. Quem ama é pródigo em ofertar. Nosso amor por Deus não passa de palavrório vazio se não ofertamos ao Senhor com generosidade. Nossa contribuição, ainda que sacrificial, não tem valor diante de Deus, se não é motivada pelo nosso amor ao Senhor e a sua obra. O apóstolo Paulo diz que ainda que entreguemos todos os nossos bens para os pobres, se não tivermos amor, nada disso aproveitará.


4. Devemos contribuir espontaneamente motivados pela alegria de Deus – 1 Cr 29:5-9

A contribuição é uma graça que Deus nos dá. É um privilégio ser cooperador com Deus na sua obra. O ato de contribuir é uma expressão de culto e adoração. Deus ama a quem dá com alegria. A voluntariedade e a alegria são ingredientes indispensáveis no ato de contribuir. Davi perguntou ao povo: “Quem está disposto, hoje, a trazer ofertas liberalmente ao Senhor?… O povo se alegrou com tudo o que se fez voluntariamente; porque de coração íntegro deram eles liberalmente ao Senhor; também o rei Davi se alegrou com grande júbilo” (1 Cr 19:5,9). Devemos vir ao gazofilácio para ofertar, exultando de alegria e não com tristeza.


5. Devemos contribuir conscientes de que Deus é dono de tudo e que tudo deve ser feito para a sua glória – 1 Cr 29:10-22

O resultado da alegre, generosa e abundante oferta do rei e do povo foi a manifestação da glória de Deus. Davi louvou a Deus pela sua glória, poder e riqueza, reconhecendo que as ofertas que deram tinham vindo do próprio Deus. O povo adorou a Deus e houve grande regozijo. O maior propósito da nossa contribuição deve ser a manifestação da glória de Deus. O Senhor é mais glorificado em nós quanto mais nos deleitamos nele. Que tudo o que somos e temos esteja a serviço de Deus e seja um tributo de glória a Deus. Que os bens que Deus nos deu estejam no altar de Deus a serviço a Deus.


Por: Marcos de Sousa
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