O
movimento neopentecostal tem produzido uma caricatura mal acabada da essência
do cristianismo bíblico. Normalmente aqueles que não são cristãos acabam
colocando no mesmo saco os crentes bíblicos e os filhos das heréticas correntes
neopentecostais.
A
enxurrada de modas, invencionices e mesmo blasfêmias preocupa aqueles que têm
buscado uma vivência cristã livre desse misticismo bizarro, onde a cruz é
esquecida, a graça é pisada e as práticas egocêntricas são incentivadas.
Nessa
pequena série de textos vamos mostrar uma análise diferenciada de como o
movimento neopentecostal é defeituoso em essência e que precisa ser combatido
doutrinariamente.
O meio
para tal análise é através de algo comum à vida das pessoas: desenhos
animados! Mas calma, não será nada relacionado ao frenesi das mensagens
subliminares ou daqueles fanáticos caça-demônios. Quem tem filho pequeno em
casa deve ter experiência semelhante à minha, onde os pimpolhos gostam mesmo é
de ver animações na TV.
Nessa ida
e vinda de desenhos atuais que tenho visto, e me lembrando dos antigos que já
vi, notei que algumas nuances dessas animações são muito particulares a algumas
práticas neopentecostais.
A Fuga
das Galinhas
“A Fuga
das Galinhas” é uma animação britânica produzida no ano 2000, dirigida por
Peter Lord e Nick Park. O cenário é uma granja de galinhas, retratado na década
de 50 na Inglaterra, onde as ditas tentam a todo custo escapar da rotina diária
da produção de ovos ou – no extremo – da degola em caso de déficit produtivo. A
líder do bando é a simpática Ginger, uma galinha que sonha com algo melhor para
suas amigas.
Após
muitas e muitas tentativas frustradas, eis que Rocky, “O Galo Voador”, surge
miraculosamente na vida das galinhas e tentará ensiná-las a voar. A divertida
animação continua e algo em particular me chamou a atenção em dado momento.
Os donos
da granja compram uma máquina para produzir tortas de galinha, e ao aumentar a
porção de ração para engorda dos bichos, Ginger, esperta como só, alerta a
todas as galinhas que o intuito dos granjeiros nada mais é que engordá-las para
matar a todas para a produção de tortas.
Eis que o
espertalhão Rocky entra na cena e interrompe a conversa.
O diálogo fica assim:
Rocky: -
Você deve pegar mais leve. Saiba que na América temos uma regra, se você quer
motivar alguém, não fale em morte!
Ginger: -
Engraçado, pois aqui a regra é: fale a verdade sempre!
Rocky: -
Ah, e isso dá ótimos resultados, né? Eu te dou um conselhinho, se quer
resultado, diga o que elas querem ouvir.
Ginger: -
Ou seja, minta!
Rocky -
Ah pronto, começou de novo! Sabe qual é o seu problema? Você complica!
Ginger: -
Por que? Por que eu sou honesta? Eu me preocupo com elas...
Em
síntese, omita a verdade e fale apenas aquilo que a plateia quer ouvir.
A
declaração do galo Rocky faz lembrar o modus operanti da maioria dos
pregadores neopentecostais e outros moderninhos que esqueceram a cruz: esconda
a verdade, esconda a morte, fale aquilo que a plateia quer ouvir, e não o que
deve ouvir. Lustre os ouvidos ávidos em um evangelho falso.
Que o
relativismo é um elemento presente no meio secular, não é novidade, mas quando
isso se infiltra no meio chamado "evangélico”, temos um trágico cenário
formado, onde Cristo, que é o Principal, fica afastado. Eis o motivo da
preocupação citada no início deste texto.
Pra que
se falar em morte, em cruz, em eternidade, quando o povo quer ouvir sobre
vitória, conquista, bem estar, chuva de prosperidade neste tempo, neste século?
Morte?
Verdade? Acaso esses elementos estão presentes no movimento neopentecostal?
Interessante
é que os vendilhões dos dias de hoje fazem como o galo Rocky, mentem para o
povo de modo gritante e ainda acusam os poucos que não se prostraram diante do
bezerro da prosperidade de “complicadores”. Me sinto como a Ginger, querendo
alertar amigos e irmãos sobre o perigo que correm, mas sendo sempre considerado
um “complicador”... ajuda-nos Senhor!
Os galos
de plantão, relativistas que são, fogem da verdade e vendem fábulas ao povo.
Não anunciam a morte do Cordeiro e muito menos a Sua ressurreição, que dirá
então a Sua volta! (2Tm 4.3-4).
“Facilitadores”
que são (pois não complicam as coisas), falam apenas em dádivas, e nunca na
cruz que deve ser carregada (Mt 10.38).
E por
fim, como não são honestos, preferem tão somente a falsa piedade para alcançar
o mero lucro (1Tm 6.5).
Sejamos
sóbrios e vivamos longe desses pregadores “Galo Rocky” (que mais são lobos que
qualquer outra coisa). Uma mera religião sem morte, que não fala sobre a
Verdade, que fica polindo ouvidos “com aquilo que as pessoas querem ouvir” e
preocupada com resultados rasos, que mente, que não é honesta e não se preocupa
com as pessoas, nem de longe é cristianismo. Vigiai!
Toda
honra e glória ao Senhor!
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