Princípios Bíblicos Normativos para a Contribuição Cristã - Dízimos e Ofertas
O dinheiro é um assunto bíblico.
Contribuição econômico-financeira também. As igrejas cristãs primitivas
incluíram o ofertório na sua liturgia. Os crentes compartilhavam suas posses
não como uma ação obrigatória, mas voluntária, demonstrando a sua real
conversão, como um ato de fé, amor e generosidade[1].
Eles contribuíam generosamente (2Co 8:2), com sacrifício (2 Co 8:2,3),
alegremente (2 Co 9:7), com amor (2 Co 8:7) e ações de graça (2 Co 8:5)[2].
E quais são os princípios
bíblicos válidos para nortear a contribuição financeira atualmente nas igrejas
evangélicas?
Os princípios expostos hoje são
vários. Confira alguns.
Howard Dayton (Ministério Crown),
especialista em finanças, preconiza que a contribuição cristã, é:
1) pessoal;
2) periódica;
3) particular;
4) premeditada[3].
Paulo César Lima, outra
autoridade neste assunto, ressalta que a mesma deve ser:
1) voluntária (2 Co 9:7);
2) metódica (1 Co 16:2);
3) proporcional à renda (1 Co
16:2b)[4].
A Bíblia de Estudos (Aplicação
Pessoal) explica que:
1) cada pessoa deve cumprir suas promessas
prévias (2 Co 8:10,11; 9:3);
2 ) deve doar tanto quanto possa
(2Co 8:12; 9:6);
3) deve decidir quanto doar (2 Co
9:7);
4) deve doar proporcionalmente ao
que Deus lhe deu (2 Co 9:10)[5].
Caio Fábio já havia realçado: a
boa situação econômica não deve ser pré-requisito para alguém contribuir;
alegria, generosidade, voluntariedade são motivações indispensáveis ao
ofertante; a contribuição deve ser extraordinária e não ordinária; uma extensão
do compromisso que se tem com o louvor a Deus; tem que ter fins, meios e
motivos, etc[6].
O Dr. Hernandes D. Lopes defendeu
– ela deve ser metódica suficiente e contínua[7].
Para o Dr. Antônio Carlos Barro
cada contribuição deve ser feita com amor e gratidão; a oferta voluntária é
sempre um ato alegre, proveniente de um coração que ama ao Senhor com grande
paixão[8].
Rick Warren sintetiza:
- Regular
- Planejada
- Proporcional[9].
João Falcão Sobrinho resume,
assim, o ensino de Paulo a respeito de contribuição:
1) deve ser sistemática;
2) todos devem contribuir;
3) deve ser feita através da igreja;
4) a
contribuição é santificada pela santidade de seu propósito;
5) deve ser
proporcional à renda;
6) deve, finalmente, ser aplicada rigorosamente dentro da
destinação dada pela decisão dos oferentes[10].
Os princípios sugeridos pela
maioria dos autores são, praticamente, na sua totalidade, extraídos da teologia
financeira de Paulo. Ressalto, todavia, que alguns estudiosos não recomendam os
textos paulinos para prescrever princípios normativos atinentes a ofertas em
nossos dias. Por exemplo, alguns acham que 1 Co 16:1-4; Gl 2:10; At 11:29; Rm
15:25,26 não servem para nortear a contribuição financeira cristã atualmente,
pois refere-se as coletas para os crentes de Jerusalém.
Outros estudiosos, porém, afirmam
que a referida coleta visava a uma necessidade local e passageira, mas contém
instrução proveitosa para as contribuições de agora. Veja: foi uma contribuição
coletiva da igreja, e não de apenas alguns interessados; tinha o mesmo sentido
das coletas feitas em outras igrejas vizinhas: foi o conjunto das economias
semanais; foi proporcional à receita de cada contribuinte; os portadores da
contribuição seriam os que as igrejas aprovassem[11].
O Dr. Francis Davidson confirma
que a coleta destinava-se aos pobres de Jerusalém e fora idealizada, com
prazer, por Paulo; não descarta, porém, que a insistência dele é pela
contribuição regular e proporcional[12].
Mais adiante ao comentar 2 Co 8:9, reitera que tal texto é de grande interesse,
embora o assunto, pareça de importância passageira; relata, ainda, princípios
da contribuição cristã[13].
[1]
BARRO, Jorge H., De cidade em cidade,
p. 167
[2] MACKEY
II, idem.
[3]
DAYTON, Howard. O seu dinheiro.
Pompéia: Ministério Crown, ps.86,87
[4]
LIMA, Paulo César de. Dizimista, eu?
Rio de Janeiro: CPAD, 1998, p.92
[5] BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Rio de
Janeiro: CPAD, 2004, p.1658
[6] D’ARAÚJO
FILHO, Caio Fábio. Uma graça que poucos
desejam. 3. ed. Rio de Janeiro: Vinde, 1997
[7]
LOPES, Hernandes Dias. Filipenses.
São Paulo: Hagnos, 2007, p. 424
[8]
BARRO, Antônio Carlos, op. Cit.,p
[9]
WARREN, Rick. Poder para ser vitorioso.
São Paulo: Vida, 2001, os.144, p.424
[10]
FALCÃO SOBRINHO, João. Teologia da
mordomia cristã. 2ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1987, p.89
[11]
MACNAIR, S. E. Bíblia explicada. 13. ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 1994, p.424
[12] DAVIDSON, Francis, op. Cit., p.
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Maique de Souza Borges, é teólogo, estudante e amante da música sacra. Membro da Igreja Assembleia de Deus em Brasília, casado e pai de um filho. Tem interesse especial pela História da Igreja. É o criador do site Cooperadores do Evangelho. Profissionalmente atua no ramo farmacêutico e brinca de músico e programador nas horas vagas.
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