(Foto: Maique Borges) — Foto: Cooperadores do Evangelho |
Esse
foi um dos temas que tratamos, exaustivamente, na última revista “Vivendo a
Fé”, sob o título Vocação. Recomendamos o seu uso a todas as igrejas, pois
julgamos oportuno, dadas as difíceis crises de várias que temos vivido em
nossas igrejas locais.
Toda
vez que encontrarmos na Bíblia a palavra “chamado”, fazendo menção específica
ao serviço requerido por Deus, no mesmo contexto estará inserida a palavra
vocação. Neste sentido, chamado e vocação se equivalem. Por exemplo, para
chamar alguém, normalmente usamos nossa voz para pronunciar o nome do
escolhido; e, no mesmo sentido, temos a palavra “vocação” que, em sua própria
raiz, vem da expressão latina “vocare”, que significa falar, emitir som, voz ou
“chamar por meio da emissão de voz, vocação”. Na Sagrada Escritura, estas
expressões dão sentido ao ato soberano de Deus de chamar/vocacionar pessoas
para um propósito específico.
No
Novo Testamento, o apóstolo Paulo ilustra isso muito bem ao se apresentar como
apóstolo “pela vontade de Deus” (2Co 1.1: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela
vontade de Deus...”; Gl 1.1: “Paulo, apóstolo não da parte dos homens, nem por
meio de um homem, mas da parte de Jesus Cristo e de Deus Pai, que o ressuscitou
dos mortos...”; Ef 1.1: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de
Deus...”; Cl 1.1: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus...”).
As duas expressões – “chamado a ser apóstolo” e “apóstolo pela vontade” – se
correspondem e chegam à mesma conclusão: Paulo não se fez apóstolo; foi feito.
E isso por um desígnio misterioso – desde o seio materno (Gl 1.15) – de modo
que sua vocação apostólica é fundamentada pelo mesmo exemplo que encontramos no
Antigo Testamento (por exemplo, em Jeremias 1.5).
A
palavra “radical” é um adjetivo popular, bem conhecido e pode ser aplicado em
quase todos os sentidos da linguagem e das ações humanas. Esta palavra possui
dois gêneros, que são raiz e essência. Raiz dá o sentido de origem e essência
dá o sentido de matéria prima ou mesmo “aquilo do que constitui alguma coisa”.
Nesse sentido, uma ação radical é aquela que não é moderada, que não sofre
influência externa, por tratar-se de ação de mão única, inflexível. De acordo
com a literatura, sobretudo no estudo da linguagem, a palavra radical dá o sentido
de raiz de onde origina aquilo que chamamos de núcleo semântico. Por exemplo,
quando falamos algo como “elucidar”, temos como raiz a palavra luz e com isso
queremos dizer algo do tipo “esclarecer, tornar claro, compreensível”.
A
palavra radical, na matemática, exerce a função de “símbolo de potência”. Na
política, dá o sentido de regime totalitário ou mesmo ditador. Na relação
familiar, podemos citar o exemplo das figuras do “pai autoritário, marido
tirano”. Na religião, podemos pensar numa espiritualidade do tipo
fundamentalista ou ainda em movimentos sectários, exclusivistas.
Portanto,
de modo proposital, é deste contexto que extraímos a palavra “radical” para
estudarmos, bíblica e teologicamente, o conceito de vocação pastoral. A nossa
intenção ao usarmos esta palavra é a de excluir todos os sinônimos equivocados
que foram falsamente inseridos no conceito de vocação pastoral. Com isso,
queremos dizer que a nossa tarefa, principalmente dado o contexto em que
estamos vivendo em nosso país quanto à espiritualidade “evangélica”, é tirar
tudo aquilo que obscurece o sentido bíblico da vocação pastoral.
Desse
modo, precisamos dizer que a palavra radical encontra sua “raiz” e sua
“essência” já nas primeiras páginas da Bíblia, quando o assunto é vocação.
Assim, solicitamos ao leitor que faça atenciosa leitura dos textos: Gênesis
6.11-14, 12.1-9, Êxodo 3.1-18, 1 Samuel 16.1-13, Jonas 1.1-15, Jeremias 1.1-10,
Mateus 4.18-22. Estas passagens bíblicas indicam exatamente a raiz e a essência
da radicalidade da vocação pastoral. Para dizer melhor, não aparece diretamente
a palavra “radical” nessas passagens. Contudo, dada a ordem direta de Deus,
entendemos com clareza que a vocação pastoral tem sua raiz e sua essência
exclusivamente no próprio Deus. Teologicamente denominamos isso de “Soberania
de Deus”.
Acesse aqui a postagem: Vocação, O Farol que Ilumina o Futuro
Rev.
Adilson Souza Filho, Pastor da IPI de Vila Moinho Velho, São Paulo, SP, e
Secretário de Educação Cristã da IPIB
Por: Adilson Souza Filho
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir, distribuir ou divulgar este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério, e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir, distribuir ou divulgar este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério, e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
0 Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente a opinião deste site.
Confira nossa Política de Comentários para se adequar aos padrões de ética e compliance da nossa comunidade.