Consciência pronta a ouvir o ronco do trovão,
Viu o Diabo no vento, todo atarefado
Entrar em campanários, passar sob o vão
Da porta de freiras e doutos em pecado.
O desastre, de que modo evitá-lo, como
Aparar o espinheiro dos enganos do homem?
Carne, um cão silente a morder o seu dono;
Mundo, um lago mudo que os filhos seus consome.
O estopim do Juízo queimava em sua mente:
“Fumiga esta colméia de abelhas, Senhor:
Tudo – obras, Sociedades, Grandes Homens – mente.
O Justo viverá pela fé...” gritou, temente.
E quem, homem e mulher do mundo, o temor
Ou zelo nunca atormentou, ficou contente.
Tradução: José Paulo Paes
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