A princípio as igrejas eram domesticas e lideradas por gente comum – hoje algumas são  particulares e governadas por gente gabaritada; era uma comunidade cristã carismática e não uma instituição religiosa com profissionais altamente qualificados; era a igreja do povo e não uma igreja para o povo; sua missão era adorar a Deus, evangelizar, edificar e atenuar as mazelas sociais.
E hoje?
Talvez seja simplesmente gerar receita para sedimentar negócios miliardários, ostentar o soberbo padrão de vida do ministério(?) sacerdotal hierárquico, isto é, dos religiosos profissionais que comercializam o sagrado, usando o VERBO para ganhar verba.
Mas como e quando a Igreja saiu dos trilhos e comprometeu sua fidelidade a Jesus Cristo?
A deterioração espiritual de qualquer igreja não acontece subitamente. É um processo, às vezes, moroso. A Igreja Cristã não foi exceção. Sua ruína foi progressiva, sua degradação paulatina. Os cristãos primitivos não concebiam a igreja como um lugar de culto como se faz hoje; antes se reuniam em casas (At 12:12; Rm 16:5, 23; Cl 4:15; Fm 1-4), no templo (At 5:12), auditórios públicos de escolas (At 19:9) e nas sinagogas até quando foram permitidos (At 14:1, 3; 17:1; 18:4). O lugar, naquela época, não era tão importante como o propósito de encontro para comunhão uns com os outros e para o culto a Deus.

Sua preocupação inicial era com a adoração autêntica a Deus, evangelização dos perdidos, edificação dos salvos e ação social para dirimir a dor, atenuar ou erradicar o sofrimento que fustigava as pessoas. Não estava circunscrita ao templo judaico, tanto é que após a sua destruição, em 70 d. C., a marcha prosseguiu; não parou com a devastação da suntuosa edificação; realizava suas fervorosas reuniões em cada casa que gentilmente se abria para recebê-la; não importava se era grande ou pequena, rica ou pobre, esplêndida ou modesta; bastava alguém oferecer-lhe uma peça ou toda a casa e ali o nome de Jesus era glorificado. Foi assim que ela cresceu e se consolidou.


[continua em próximas postagens, acompanhe]
Por: José Roberto de Oliveira Chagas
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