“Vocês já morreram e a vossa vida está
escondida em Cristo em Deus”. São Paulo, aos Colossenses
1. Teologia Do Pacto Como Fundamento Para A Compreensão Correta Da Obra De Cristo
Sabemos
claramente que o ser humano foi criado para a glória de Deus é com o propósito
de ter Prazer e alegria unicamente Nele[1]·
Percebo que atualmente existe uma confusão acerca de que estado o homem foi criado,
alguns pensam que o homem foi criado em um estado absoluto e total de perfeição,
porém temos que lembrar que a perfeição é um atributo unicamente de Deus, o
homem não foi criado perfeito, ele foi criado bom e sem o pecado, porém
contundo sujeito a cair.
1.1 Introdução A Teologia Do Pacto
Alguns
chamam a doutrina do pacto com “teologia Federal”, “Pactus salutis”.
Fundamenta-se no fato de Deus ter feito um pacto federalmente com Adão que se
tornou o representante de toda raça humana. Segundo Calvino, Berkhof Grudem, Tokashik
um pacto deve ser composto por:
a)Duas
partes. No sentindo bíblico o pacto foi feito entre Deus e a humanidade futura
tendo como representante Adão.
b) Relação
Pactual. No pacto existe uma relação de acordo, acerca das prerrogativas do pacto,
onde as duas partes se nivelam e se tornam iguais, tendo um comum acordo entre si,
porém cabe ressaltar que a parte mais forte dita o pacto “faz o contrato” (no caso
Deus).
c) Benefício.
Caso o pacto seja cumprido cabe uma recompensa. (vida eterna)
d) Consequência.
Caso o pacto seja quebrado, existe uma punição pela transgressão. (Gn2.16-17)
1.2 Adão Quebrou O Pacto
Adão quebrou o pacto e nisso federalmente todos
pecaram junto com Adão (Salmos 51.5; Romanos 3.23; Salmo 14) e nisso nasce o
conceito de culpa “imputada” e transmissibilidade do pecado é como conseqüência
desse ato a morte que a conseqüência o salário do pecado.
1.3 A Problemática Cristã: Como Deus Pode Justificar O Pecador?
Deus
como juiz e a parte inocente do pacto é obrigado a punir o ato de delinqüência
ele disse: “certamente morrereis” se ele não punir o pecado ele deixa de ser
justo é alem disso tornou se mentiroso.
Como
Deus poderia perdoar o pecador e ao mesmo permanecer justo e satisfazer as
implicações e conseqüências da quebra do pacto de Adão?
1.4 Solução Para A Problemática
Economia
da Trindade. Deus elaborou a solução para esta equação, a segunda pessoa da
trindade, assumiria o pacto que Adão não deu conta de executar, porém temos que
dizer que houve um pacto entre a própria trindade onde o Pai planejou, o filho
executou e a terceira pessoa trindade aplica a obra da graça em nossos corações.
Quando
falamos nesse segundo pacto, temos que ter em mente que não são dois acordos distintos,
mais sim que este segundo e a continuação do primeiro. Cristo veio cumprir
aquilo que Adão primeiro não deu conta de cumprir (Gl 4.4-5; Rm 5.18-21).
1.5 Características Peculiares Desse Segundo Pacto
A) Duas partes: Deus e o Segundo Adão (Cristo)
b) Relação pactual: Cristo assumiu a culpa federalmente
de Adão, nos substituindo, pagando todos os nossos pecados, morrendo a nossa morte,
suportando toda a ira de Deus que merecíamos e cumprindo tudo que Adão primeiro
deveria cumprir.
c) Deus permitiu aceitar esta substituição (redenção).
1.6 Como Era Administrado Este Pacto Antes Da Vinda De Cristo É Como É Administrado Agora:
Antigo Testamento | Novo testamento |
---|---|
Eles foram salvos pela fé no Cristo que viria em esperança | Somos salvos pela fé no Cristo que veio |
Cristo no antigo testamento estava de costa, escondido Nos símbolos da lei, nas profecias, na fé que Deus mandaria o cordeiro prometido |
Cristo agora foi manifestado de frente, ele já foi revelado Ele apareceu plenamente |
Foi administrado pela lei, onde ela servia de pedagogo para nos ensinar o tanto que somos pecadores e carecemos de um salvador | É administrado pelo evangelho, revelando-nos o salvador esperado na lei, o nosso mediador. |
Na Lei a prova de que alguém tinha fé em Deus e pertencia a família do pacto era a circusição, sendo administrado em crianças sendo as mulheres não participava. | Na nova aliança a circusição é substituída pelo batismo, Onde inclusive as mulheres agora podem receber este Sacramento. E as crianças? |
A páscoa é o símbolo de libertação e redenção | A santa ceia substituir este símbolo, pois agora Cristo em Seu corpo e seu sangue nos libertou e nos redimiu Através da obra da cruz |
Os
Judeus ainda estão presos as sombras da antiga aliança, eles ainda estão
esperando um salvador, porém ele já veio e somente através dele podemos receber
o perdão de nossos pecados.Os judaizantes,os adventistas, ainda vivem nas
sombras é ainda deseja ser aceito pela obras e não por Cristo.Rejeitar o evangelho
e rejeitar a Cristo,rejeitar a Cristo e perder qualquer chance e oportunidade de ser salvo (João3.16-17).
2.0 Controvérsias Da Teologia Do Pacto
1. Tudo indica que neste pacto Cristo, não foi dado em
pró de cada individuo da humanidade, mais de uma parte da humanidade, os velhos
teólogos chamaram isso de expiação limitada. Como explicar João 10.26-29? Atos1.48; Mateus22.14;
João 6.37,39; 10.15-16; 16.14-15?
2. A teologia que recebemos dos batista do
Sul,supervalorizou o novo testamento como
se o antigo testamento não fosse tão importante como o novo e fosse duas
coisas completamente diferente.Quem nunca ouviu : ah isso ai é coisa do Antigo
testamento? Quantas vezes você ouviu alguém pregando Cristo a partir do Antigo
testamento? A teologia do pacto valoriza toda palavra de Deus pois nela não
perde-se a noção de continuidade da Escrituras.
3. A teologia batista diz que é errado
batizar crianças,alegando se que elas não têm fé para receber esta graça.Porém
na antiga aliança , a circusição era administrada em crianças,e sabemos que a
circusição foi substituída pelo batismo.Se Deus ordenou que as crianças
recebesse a graça,porque não podemos batizar os nossos filhos como símbolos que
eles pertence a família da Aliança?
Bibliografia
1.Teologia
Sistemática,Wayne Grudem. 4.Ewerton
Tokashiki,Palestra sobre a teologia do pacto,2012.
2.Teologia
sistemática,Louis Berkhof.
5.Catecismo Maior de westminster,1640.
3.Instituição
da Religião cristã.João Calvino.
6. Livro de concórdia,confissões luteranas.
O Pacto da
Graça, por Johannes Wollebius
1. O resultado e benefício do chamado
são a externa comunhão [communio] do pacto da graça e da igreja.
2. A externa comunhão do pacto da
graça é de que aqueles que são chamados são considerados um povo do pacto e de
Deus.
3. Isto é declarado por analogia;
pois de fato, alguns são realmente povo de Deus, enquanto outros somente
manifestam uma confissão externa.
4. Tanto a doação [oblatio] como o
selar [obsignatio] do pacto da graça devem ser considerados.
5. A doação do pacto da graça é o ato
pelo qual Deus promete a si mesmo, como o Pai em Cristo ao eleito, se eles
viverem numa filial obediência.
PROPOSIÇÕES
1. Isto não deve ser entendido como
um pacto universal que Deus fez com todas as criaturas, como o pacto das obras
com os nossos primeiros pais, mas como o pacto que Deus fez conosco, a partir
da pura misericórdia, após a queda.
2. Ela também é chamada de um
testamento, porque Deus teria, por meio dela, como resultado da mediação de seu
filho Jesus Cristo, designando uma herança celestial para os seus filhos.
“Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles
dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu
coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Hb
8:10, ARA). “Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que,
intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira
aliança recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados.
Porque, onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador”
(Hb 9:15-16, ARA).
3. A causa eficiente [do pacto da
graça] é toda a Santa Trindade, em particular [singulariter] Cristo o
Deus-homem, o anjo do pacto. “Eis que eu envio o meu mensageiro [João Batista],
que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor,
a quem vós bUscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem,
diz o SENHOR dos Exércitos” (Ml 3:1).
4. O conteúdo [materia] do pacto da
graça é a concordância entre as duas partes, Deus e o homem. Deus promete ser o
nosso Deus em Cristo o Senhor; o homem, em contrapartida, promete obediência de
fé e vida.
5. A forma do pacto consiste numa
mútua obrigação, mas a relação não é entre iguais; a promessa e obrigação de
Deus são livres, enquanto que a do homem é um dever e exigência.
6. O propósito da oferta do pacto é,
do mesmo modo que o comum chamado, a glória de Deus e a salvação do eleito.
7. O sujeito e objeto a quem o pacto
é oferecido é a todos que são chamados, mas estritamente falando [proprie], ela
é somente ao eleito. O pacto é oferecido a todos que são chamados, mas somente
o eleito goza das promessas do pacto.
8. A administração do pacto da graça
deve ser vista em seus complementos.
9. A administração é distinta, com
respeito ao tempo, no antigo e novo pacto ou testamento.
10. O antigo testamento é o pacto da
graça administrado até o tempo da manifestação de Cristo.
11. Há três formas sob a qual ela foi
administrada: primeiro do período de Adão até Abraão, o segundo de Abraão até
Moisés, e o terceiro de Moisés até Cristo.
12. O primeiro e segundo desses
períodos diferem nestes modos: (1) o primeiro foi marcado pelas palavras da
promessa, bem breve pela certeza, mas inconfundivelmente evidente; o segundo
não somente por uma promessa, mas também por uma expressa condição da
obediência. (2) No primeiro teve somente o ritual do sacrifício, o segundo do
mesmo modo a circuncisão. (3) No primeiro o pacto foi oferecido a toda a raça
humana; no segundo ela foi restrita aos filhos de Abraão.
13. Entre os primeiros dois e o
último período há uma diferença: o terceiro é mais perfeito e verdadeiramente
testamentário, adornado não somente pela páscoa, mas por muitos outros tipos da
morte de Cristo.
14. O novo testamento é o pacto da
graça como administrada após a vinda de Cristo.
15. O antigo e novo testamento é da
mesma substância; Cristo é o testador de ambos, tendo a mesma promessa da graça
nele, e em cada um possuem igual exigência de obediência de fé e vida.
16. Por isso, aqueles que ensinam que
há real diferença entre o antigo e novo testamento, tais como as diferenças
entre o pacto das obras e aquela da fé, ou entre a lei e o evangelho, estão
errados; cada testamento ou pacto é um pacto da graça. E cada um contém lei e
evangelho.
17. A administração do antigo
testamento difere do novo de vários modos:
1.Quanto ao tempo: o antigo
testamento realizou-se antes da vinda de Cristo, e as novas posteriores.
2.Quanto ao lugar ou extensão: o
anterior foi oferecido ao povo israelita, e o posterior estende-se através de
toda a terra.
3.Quanto à clareza: as promessas da
graça em Cristo são proclamadas mais amplamente sob o novo testamento, mas são
simbolizadas [sob o antigo] por meio de sombras dos tipos e cerimônias, que
agora estão abolidas.
4.Quanto à simplicidade da operação:
sob o antigo testamento a administração [do pacto] requereu muito mais atenção
aos detalhes [longe fuit operosior] mais do que sob o novo.
5.Quanto à conformidade [suavitas]:
sob o antigo testamento a perfeita obediência à lei era frequentemente exigida,
não de fato para a exclusão das promessas evangélicas, mas para o fim de que,
pela rigorosa exatidão da obediência pudéssemos ser dirigidos, como por um
tutor [paedagogus], para buscar a Cristo. Sob o novo testamento as promessas
evangélicas predominam, apesar da lei de uma nova obediência motivada pela
gratidão de tão gloriosa graça não é excluída.
18. O sentido em que o antigo pacto é
oposto ao novo conforme declarado por Jeremias, é por esta razão óbvia. “Não
conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para
tirá-los da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não
obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR” (Jr 31:32). “Porque esta é a
aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR:
na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei;
serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31:33).
Nestas palavras há uma referência a
terceira e quinta distinções acima: para a quinta especialmente quando elam
falam das leis como formalmente escritas sobre tábuas de pedra, mas
posteriormente no coração, e quanto ao terceiro quando elas prometem um mais
claro conhecimento.
Extraído de
Johannes Wollebius, Compendium Theologicae Christianae in: John W. Beardslee
III, Reformed Dogmatics – Seventeenth-century Reformed Theology through the
writings of Wollebius, Voetius, and Turretin (Grand Rapids, Baker Book House,
1977), pp. 117-120.
[1]
Romanos 11.36
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Samuel Carneiro Magalhães é militar lotado na Marinha do Brasil, Enfermeiro e terapeuta holístico. Tem Graduação em Teologia pela Universidade Luterana do Brasil. É também graduado em Enfermagem pelo Instituto de Ensino Superior de Minas Gerais com aperfeiçoamento em Reiki I e II, fitoterapia e em Florais de Bach. Além de Ensino Profissional de nível técnico, complementação técnica em Enfermagem.
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