PÓS MODERNIDADE
Se olharmos em nossa volta,
podemos perceber que aconteceram mudanças significativas em nosso mundo,
querendo aceitar ou não, vivemos em um mundo pós-moderno e com ele o desafio de
entender estas mudanças e como influenciam as pessoas no seu modo de pensar,
sentir e agir, cabe à igreja compreender estas mudanças para que ela possa
assim contextualizar a mensagem bíblica ao homem pós-moderno.
O que é Pós-modernidade?
Pós-modernidade é uma atitude
intelectual que se expressa numa série de procedimentos culturais que recusa os
ideais, crítica ao modernismo e aos princípios e valores que constituem o
suporte da cultura ocidental moderna. É uma época que está emergindo,
substituindo aquela em que estamos inseridos, moldando cada vez mais a nossa
sociedade.
O texto profético de Paulo em
(2Timóteo 3:1-5) revela o perfil dos homens dos últimos dias, e este perfil se
encaixa perfeitamente no homem pós-moderno, vejamos: “Sabe, porém, isto: que
nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de
si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e
mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados,
orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de
piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” O texto fala de
tempos trabalhosos, isto quer dizer que teremos muito trabalho para alcançar
estes homens.
O Mundo mudou
Se o mundo mudou e as pessoas
mudaram, a liderança cristã precisa mudar a sua maneira de interagir com
aqueles que são objeto do amor de Deus, não estou dizendo que devemos mudar o
evangelho ou barganhá-lo, definitivamente não, mas o que devemos mudar é nossa
estratégia, nossa liturgia, nossa linguagem, ou seja, o nosso modus operandi,
pois a igreja não pode mais pensar com a cabeça do século XX, estamos nos
século XXI e precisamos nos contextualizar e não nos acomodar, os princípios
divinos são inegociáveis, mais a forma como pregamos e nos apresentamos a nossa
comunidade pode ser revisto para que a comunidade esteja acessível à igreja e a
igreja acessível à comunidade.
Entendemos que não se prega o
evangelho no vazio, se prega num contexto, O próprio Jesus ao proclamar o
evangelho ele estava plenamente contextualizado a cultura e aos costumes de sua
época, a mensagem de Jesus foi ouvida e alcançou seu propósito, pois ela estava
em harmonia com ambiente daqueles dias, Jesus usava recursos visuais, teatrais,
e falava a linguagem do povo a quem queria alcançar Jesus até usa palavras que
estava na boca do povo como a palavra “Libertação”, pois o que o povo mais
desejava uma vez que viviam sob o domínio do Império Romano. “E conhecereis
a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32).
Se quisermos alcançar o homem
pós-moderno precisaremos entendê-lo. Com a decepção da modernidade e a morte da
razão o homem saiu em busca de novos paradigmas buscando significado para a sua
vida. Veja abaixo os conceitos de um homem pós-moderno:
Verdade
|
Relativa e não absoluta. Pilatos: Que é a
Verdade?
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Instituições
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Falharam em promover um mundo melhor
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Autoridade
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Sinônimo de opressão, Crise de liderança.
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Valores
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Não há padrão de certo e Errado. Troca do ético
pelo estético
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Viver
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Individualista, Hedonista, Narcisista e
Secularizado.
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Religião
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Menos dogmática e mais experimental e pragmática
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Ideologia
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Plural – Todas têm suas verdades.
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Passatempo
|
Buscar o novo – Atenienses pós-modernos
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Bênção
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É um produto conquistado.
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Pecado
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Não existe. não se sinta culpado liberte-se da
culpa.
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Existência
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Preciso pertencer a alguma coisa. As tribos
Urbanas.
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Princípios
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Devem ser politicamente corretos
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Realidade
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È o que percebemos e o que sentimos.
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Progresso
|
De maneira sustentável, forte apelo ecológico
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Espiritualidade
|
Mística e Esotérica
|
Gestalt disse que "educar
sem conhecer o homem é como caminhar no deserto sem bússola e sem meta". É
preciso saber quem é a pessoa que se educa. Assim também pregar sem conhecer
para quem se prega é caminhar no deserto sem bússola e sem meta. É preciso
saber como é a pessoa para quem pregamos. Muitos pregadores têm uma mensagem
que serve para qualquer lugar. Estudam a Bíblia, mas não estudam gente.
A Igreja precisa mudar
Se quisermos alcançar o homem
pós-moderno precisamos mudar. Um dos costumes que temos é sacralizar o passado
e demonizar o presente, é comum se ouvir nos púlpitos que antigamente foi
melhor do que hoje, ao lermos na Bíblia: “Nunca digas: Por que foram os dias
passados melhores do que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta.”
(Eclesiastes 7:10) nota-se que não é sábio pensar assim, devemos ter a
mente aberta para as mudanças, precisamos de uma renovação mental, ou termos
uma cosmovisão de mundo, pois se queremos alcançá-lo precisaremos entendê-lo.
Gostamos de receber visitas em
nossas igrejas, como é gostoso poder apresentá-los em nossos cultos, mais
ficamos preocupados quando não há visitantes principalmente em nossos cultos
dominicais, então cabe ai uma reflexão: será que estamos sendo atrativos a
nossa comunidade? Procure saber ou quem sabe até fazer uma pesquisa sobre
como a comunidade ver a sua igreja, fique atento ao que as pessoas vão falar e
se prepare para mudar. A igreja de Jerusalém caiu na graça do povo: “Louvando
a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor
à igreja aqueles que se haviam de salvar.” (Atos 2:47), precisamos cair na
graça da nossa comunidade, ela precisa nos ver como agentes de transformação, o
apóstolo Paulo declara em (1Coríntios 9.22): "Fiz-me como fraco
para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos
os meios chegar a salvar alguns". Paulo sabia que precisava se adequar
ao contexto para alcançar o propósito de evangelizar o mundo gentio, da mesma
forma a igreja na pós-modernidade necessita se ajustar aos novos tempos.
Certo dia ao conversar com o
borracheiro perto de minha igreja, ele me disse: Pastor um dia que eu me
converter eu quero ser de sua igreja, pois eu conheço a vida de vocês! Estamos
sendo visto e lido pela nossa comunidade. Como a sua comunidade vê a sua
igreja?
Há líderes não têm uma visão
global do mundo, e, o que é pior, muitos não tem sequer uma visão integral de
sua fé, sabendo encaixar o mundo nela, analisando o mundo por ela. Sua fé é
apoiada em pequenos credos, sem uma visão holística do evangelho. Necessitamos
ter uma cosmovisão do evangelho, uma explicação e aplicação que atenda ao homem
pós-moderno. Pastorear pressupõe amar o trabalho que se faz, e lidar com gente
sem amá-las e sem amar o trabalhar com gente, é sinal de fracasso. O amor ao
que se faz dá forças para superar as crises e competência para se atualizar.
Digo que o pastorado é uma atividade que é feito com coração. As marcas ficarão
na vida das pessoas que entrarem em contato conosco.
Pregamos o que gostamos ou o que
as pessoas precisam ouvir? O púlpito está dando respostas sérias ou é um
falatório sobre religião? Pregamos apenas assuntos ou pregamos uma pessoa,
Jesus, que tem respostas para a vida das pessoas? Com que estamos preocupados?
Com assuntos que nos dizem respeito ou com as necessidades dos ouvintes? De que
se ocupa o púlpito? De Cristo ou de política denominacional. Para que o usamos?
Para glorificar a Cristo ou para enviar recados aos outros?
A igreja Deve ser uma comunidade
calorosa, sadia e honesta. As pessoas devem ser ouvidas e levadas a sério.
Devem ver seriedade no trato, e ser uma comunidade terapêutica para com os
feridos e desiludidos com a modernidade.
Faça algumas reflexões sobre sua
prática eclesiástica:
- Nossa
liturgia fala a linguagem do povo?
- A
mensagem é contextualizada e prática?
- Usamos
recursos modernos na apresentação da Mensagem?
- A
música usa letras que as pessoas entendem?
- Nossos
projetos levam em conta as mudanças?
- Nossa
arquitetura é atrativa e moderna?
- Nossa
igreja é uma comunidade calorosa e atenciosa com os visitantes?
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