III. NOIVADO
“Portanto vós orai deste modo: Pai
nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome; venha a nós o teu reino,
seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus”. (Mt 6:9, 10)
Muito do que foi dito para o namoro
vale para o noivado. Além do que, vale ressaltar que o noivado é um misto:
última etapa da vida de solteiro, e primeira da vida a dois. O noivado, no
entanto, não confere liberdades; ainda são solteiros numa época de acertos mais
profundos: o casalzinho sente que Deus o guia, e entende, presume e assume que
o casamento vai acontecer. Marcam, então, seus encontros pela qualidade.
Noivado é coisa séria: são 2/3 do caminho entre o namoro e o casamento.
1. Um Compromisso Social
Quem assume o noivado compromete-se com
muitas pessoas, e não somente com o futuro cônjuge. O noivado é um compromisso moral.
Ele envolve responsabilidade, por isso não é coisa de criança e deve ser medido
pela consciência de Deus vê todos os atos. O noivado é um compromisso material.
Então, não existe isso de dizer “nós nos amamos e com ele eu moro até debaixo da
ponte…” O noivado é um compromisso espiritual. Se não há um ideal marcado pelas
coisa da espiritualidade, vai ficar muito difícil, porque casamento não é apenas
uma linha horizontal, é também vertical. E aí se observa que quando se traça a
linha horizontal do relacionamento do casal e a vertical da relação com Deus,
forma-se uma cruz. O casamento do cristão precisa também ser colocado na cruz
de Jesus Cristo.
2. Parâmetros
Vamos dar parâmetros. Um autor chamado Wilson
Grant apresentou os testes para o amor. Você que é noivo ou noiva, será que
vale a pena ir adiante?
a) Teste da Resistência. Se seu amor só
traz ansiedade, depressão e tensão, repense o futuro com ele ou ela. Se vocês
quando se encontram, há muita tensão e a despedida é de depressão, e há muita
tristeza, pare! Porque a paixão sufoca, mas o amor vitaliza.
b) Teste da Orientação. Paixão (que é
um amor infantil) é irracional; paixão é preocupação em demasia. Mas o verdadeiro
amor não exclui as outras pessoas do círculo, são vocês e os outros.
c) Teste do Hábito. O amor verdadeiro
ajuda a aceitar as diferenças e qualidades indesejáveis. Alguém disse de um
modo muito interessante e jocoso: “Quem está
apaixonado nem celulite vê”. Mas não é assim, não: quem ama vê, e aceita;
quem ama sabe que há um defeito nele ou nela, e mesmo assim o aceita porque
reconhece que o casamento vai melhorar. Não é ser “missionário” para tentar
mudar hábitos e coisas terríveis, não. Uma bobagenzinha para a qual podemos
fechar os olhos, não há muito problema, não. O caso, porém, é que a paixão não
vê defeitos.
d) Teste do Ciúme. A paixão é
possessiva, mas o verdadeiro amor confia e é seguro dos seus sentimentos.
e) Teste do Resultado. O amor
verdadeiro faz surgir o mais elevado e o mais nobre indivíduo. A paixão é
especialmente negativa.
f) Teste do Tempo. O tempo fortalece o
amor, mas sepulta a paixão, e, pior ainda, às vezes sepulta o apaixonado.
3. Vontade de Deus
É vontade de Deus que se acredite no
amor. Talvez até aprender a acreditar que o amor é uma liberdade, é uma
alegria, é uma adesão, é uma esperança, é uma exigência, é um sacrifício. Amar
é se fazer ausência de si mesmo, e presença do outro; amar é uma paz. É vontade
de Deus que o futuro casamento seja vivido como opção de fé. Não se brinca com
o que é sério. E os sentimentos da moça? E os do rapaz? E os das famílias e dos
amigos? Não! Dizem que em Belo Horizonte um rapaz apostou com os amigos que
iria se casar com uma determinada jovem. Ele namorou, noivou, casou, e anulou o
casamento dizendo que fora uma aposta com os amigos. Por isso, é olhar o outro
(a noiva, o noivo) como pessoa, e mais, como pessoa a quem respeitar, e ainda
mais: como pessoa em quem Jesus Cristo habita! Quando Cristo é o Senhor, os
planos para o futuro consórcio se encaixam. Mas sem Jesus Cristo vai ficar
muito difícil o seu noivado ter pureza moral e saúde espiritual.
:: Leia outras postagens da Série ::
I. A FAMÍLIA CRISTÃ
II. NAMORO
IV. ÉTICA NO CASAMENTO
KELLY, J.ND. Doutrinas Centrais da Fé. Ed. Vida Nova, São Paulo – SP 1ª Edição 1994
STOTT, John. O Cristão em uma Sociedade Não-Cristã. Ed. Vinde, Niterói Rj. 1ª Edição 1989.
I. A FAMÍLIA CRISTÃ
II. NAMORO
IV. ÉTICA NO CASAMENTO
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Maique de Souza Borges, é teólogo, estudante e amante da música sacra. Membro da Igreja Assembleia de Deus em Brasília, casado e pai de um filho. Tem interesse especial pela História da Igreja. É o criador do site Cooperadores do Evangelho. Profissionalmente atua no ramo farmacêutico e brinca de músico e programador nas horas vagas.
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