Embora
o problema de falsas conversões seja novo para nós já existe desde o início da
Igreja, e na verdade Jesus falou frequentemente sobre isso. Por exemplo, em
Marcos 4.3–8, Jesus ensina a multidão a Parábola do Semeador:
“Ouvi:
Eis que saiu o semeador a semear. E aconteceu que semeando ele, uma parte da
semente caiu junto do caminho, e vieram as aves do céu, e a comeram; E outra
caiu sobre pedregais, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque não
tinha terra profunda; Mas, saindo o sol, queimou-se; e, porque não tinha raiz,
secou-se. E outra caiu entre espinhos e, crescendo com os espinhos, à sufocaram
e não deu fruto. E outra caiu em boa terra e deu fruto, que vingou e cresceu; e
um produziu trinta, outro sessenta e outro cem”.
Quando Jesus contou aos seus discípulos a parábola acima eles não entenderam o seu significado. Quando posteriormente Jesus é questionado por eles sobre esta parábola, ele diz: “Não percebeis esta parábola? Como, pois, entendereis todas as parábolas?” (Marcos 4.13). Em outras palavras se eles entenderem a parábola do semeador, eles teriam encontrado a chave para desvendar os mistérios das outras parábolas.
Se há alguma mensagem que pode ser extraída da Parábola do Semeador, isto é, da mensagem do chão petrificado, da terra com espinhos e da boa terra, é esta: Quando o evangelho é pregado, haverá verdadeiras e falsas conversões.
Judas Iscariotes, por exemplo, era um falso convertido. Um hipócrita; ao que tudo indica, seu desejo por riqueza e poder era muito maior que sua afeição por Cristo. Nos termos da parábola, poderíamos dizer que ele pertencia ao grupo que tem a terra petrificada, em quem “os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera” (Marcos 4.19).
Judas não fazia a mínima ideia de quem Jesus realmente era. Quando uma mulher ungiu a Jesus com um perfume caro num ato de adoração, Judas se irritou e disse que seria melhor ter vendido o perfume e que o dinheiro fosse doado entre os pobres (vide João 12.3–6). Para ele Jesus não merecia tanta extravagância – e como vimos, o valor de Cristo para Judas não passava – de trinta moedas. Entretanto a Bíblia nos mostra que Judas mentiu ao dizer que se importava com os pobres. Na verdade Judas era um ladrão que não demonstrava o mínimo de respeito pelo Senhor, pois ele roubava o dinheiro da coleta dos apóstolos (vide João 12.6). Mas, apesar disso, aos olhos de todos Judas era seguidor e apóstolo de Jesus Cristo. Se entendermos e abraçarmos a ideia de que na igreja sempre haverá verdadeiros e falsos convertidos, então todas as parábolas sobre o Reino de Deus farão sentido: a parábola do Trigo e do Joio (Mateus 13.24–30), dos Peixes Bons e Ruins (Mateus 13.47–50), as Dez Virgens (Mateus 25.1–13), Julgamento das Nações (Mateus 25.31–46). Vamos tomar como exemplo a Parábola da Rede:
“Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a quantidade de peixes. E estando cheia, a puxaram a praia; e, assentando-se, apanharam para os cestos os bons; os ruins, porém, lançaram fora. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos, e separaram os maus entre os justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus 13.47–50).
Observe que ambos os peixes, tanto os bons quanto os maus, estavam na mesma rede. Observe também que pecadores mundanos que não pertenceram ao Evangelho não estarão na mesma rede do Reino dos Céus; eles permanecem no mundo. Os “peixes” ao qual a parábola se refere são aqueles que ouvem e respondem ao evangelho por meio da “pesca” – pregação – evangelística. Eles permaneceram juntos, o verdadeiro e o falso, até o dia do Julgamento.
Em Mateus 7.21–23 temos, possivelmente, a passagem mais atemorizante da Escritura, Jesus disse que muitos que se consideram cristãos não seriam salvos. Ele nos alertou: “nem todos que me diz, ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus… Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em Teu nome e em Teu nome não expulsamos os demônios e fizemos muitas maravilhas?’ E então lhes direi abertamente: nunca vos conheci, apartai-vos de mim vós que praticais a iniquidade’ ”.
Observe agora o quão semelhante os falsos e os verdadeiros podem ser:
Ambos:
Referem-se a Cristo como “Senhor”.
Profetizam em Seu nome.
Expulsam demônios.
Fazem muitas “maravilhas” em Seu nome.
Essas pessoas muitas vezes são mais espirituais que muitos de nós, entretanto serão rejeitadas por Aquele a quem fingem servir. Falsos convertidos de fato ostentam uma espiritualidade. Judas certamente o fazia. Aparentemente ele convenceu os outros discípulos que ele realmente se importava com os pobres. E ele parecia ser tão digno de confiança que era ele quem cuidava das finanças do grupo. Quando Jesus disse, “um de vós irá me trair”, os discípulos não apontaram para Judas; ao contrário, perguntaram entre si mesmos, “Sou eu Senhor?”. Por isso não nos surpreende que tão poucas pessoas na igreja consigam perceber que estamos rodeados de pessoas como Judas.
Gostaria de chamar sua atenção para um fato interessante: Caso você pense que o problema de falsas conversões afeta apenas essas Igrejas, permita-me dizer-lhe que as estatísticas mostram o contrário. Como veremos no capítulo seguinte, 80 a 90 por cento daqueles que “aceitam Jesus”, seja por grandes cruzadas ou por esforços de igrejas locais, mudarão de ideia, em algum momento. Exploraremos maiores estatísticas posteriormente, agora abordaremos apenas um exemplo:
A maior denominação evangélica dos Estados Unidos, American Horizon, divulgou uma remessa de março/abril de 1993, que em 1991 suas 11.500 igrejas obtiveram 294.784 novos “convertidos”. Infelizmente eles puderam encontrar apenas 11.337 em comunhão com a igreja. Isso significa que apesar das intensas “conversões” que aconteceram, eles não puderam contar com aproximadamente 280.000 (ou seja, 95 por cento) dos seus “convertidos”.
Para mais um exemplo considere a estimativa de uma pessoa que seguia uma cruzada:
Nossa igreja, que participou de todos os períodos (da cruzada), recebeu aproximadamente 25 nomes interessados em servir a Cristo. Eram pessoas que nunca haviam se interessado por nenhuma igreja. Fomos instruídos que muitas dessas pessoas estariam confusas sobre o que estava acontecendo na cruzada. E deveríamos ter certeza que aqueles que se converteram realmente entenderam o Evangelho. Mas logo no início o desinteresse já era notório, até mesmo no discipulado bíblico, que é essencial para novos membros. E fiquei sabendo que nenhuma dessas 25 pessoas nem ao menos visitaram a igreja, mesmo com frequentes visitas e solicitações do nosso pastor Com essa grande massa de pessoas abandonando a Igreja, a probabilidade de haver muitos que ouviram a sua pregação, estarem entre os “muitos” que ouvirão Jesus dizer, “apartai-vos de Mim” é muito grande. Tanto quanto qualquer um de nós ficaria horrorizado ao saber que estamos criando “Judas”, você também deve ficar ao saber que está levando pessoas à falsas conversões, quando no seu esforço evangelístico, você promove a pregação do “Maravilhoso Plano”. O Corpo de Cristo não está tão saudável como acreditamos está – o problema é sistêmico. Algo precisa ser radicalmente mudado.
Por: Ray Comfort
Tradução: Maique Borges
©Translated with permission of LivingWaters.com
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir, distribuir ou divulgar este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério, e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
Quando Jesus contou aos seus discípulos a parábola acima eles não entenderam o seu significado. Quando posteriormente Jesus é questionado por eles sobre esta parábola, ele diz: “Não percebeis esta parábola? Como, pois, entendereis todas as parábolas?” (Marcos 4.13). Em outras palavras se eles entenderem a parábola do semeador, eles teriam encontrado a chave para desvendar os mistérios das outras parábolas.
Se há alguma mensagem que pode ser extraída da Parábola do Semeador, isto é, da mensagem do chão petrificado, da terra com espinhos e da boa terra, é esta: Quando o evangelho é pregado, haverá verdadeiras e falsas conversões.
Judas Iscariotes, por exemplo, era um falso convertido. Um hipócrita; ao que tudo indica, seu desejo por riqueza e poder era muito maior que sua afeição por Cristo. Nos termos da parábola, poderíamos dizer que ele pertencia ao grupo que tem a terra petrificada, em quem “os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera” (Marcos 4.19).
Judas não fazia a mínima ideia de quem Jesus realmente era. Quando uma mulher ungiu a Jesus com um perfume caro num ato de adoração, Judas se irritou e disse que seria melhor ter vendido o perfume e que o dinheiro fosse doado entre os pobres (vide João 12.3–6). Para ele Jesus não merecia tanta extravagância – e como vimos, o valor de Cristo para Judas não passava – de trinta moedas. Entretanto a Bíblia nos mostra que Judas mentiu ao dizer que se importava com os pobres. Na verdade Judas era um ladrão que não demonstrava o mínimo de respeito pelo Senhor, pois ele roubava o dinheiro da coleta dos apóstolos (vide João 12.6). Mas, apesar disso, aos olhos de todos Judas era seguidor e apóstolo de Jesus Cristo. Se entendermos e abraçarmos a ideia de que na igreja sempre haverá verdadeiros e falsos convertidos, então todas as parábolas sobre o Reino de Deus farão sentido: a parábola do Trigo e do Joio (Mateus 13.24–30), dos Peixes Bons e Ruins (Mateus 13.47–50), as Dez Virgens (Mateus 25.1–13), Julgamento das Nações (Mateus 25.31–46). Vamos tomar como exemplo a Parábola da Rede:
“Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a quantidade de peixes. E estando cheia, a puxaram a praia; e, assentando-se, apanharam para os cestos os bons; os ruins, porém, lançaram fora. Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos, e separaram os maus entre os justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus 13.47–50).
Observe que ambos os peixes, tanto os bons quanto os maus, estavam na mesma rede. Observe também que pecadores mundanos que não pertenceram ao Evangelho não estarão na mesma rede do Reino dos Céus; eles permanecem no mundo. Os “peixes” ao qual a parábola se refere são aqueles que ouvem e respondem ao evangelho por meio da “pesca” – pregação – evangelística. Eles permaneceram juntos, o verdadeiro e o falso, até o dia do Julgamento.
Em Mateus 7.21–23 temos, possivelmente, a passagem mais atemorizante da Escritura, Jesus disse que muitos que se consideram cristãos não seriam salvos. Ele nos alertou: “nem todos que me diz, ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus… Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em Teu nome e em Teu nome não expulsamos os demônios e fizemos muitas maravilhas?’ E então lhes direi abertamente: nunca vos conheci, apartai-vos de mim vós que praticais a iniquidade’ ”.
Observe agora o quão semelhante os falsos e os verdadeiros podem ser:
Ambos:
Referem-se a Cristo como “Senhor”.
Profetizam em Seu nome.
Expulsam demônios.
Fazem muitas “maravilhas” em Seu nome.
Essas pessoas muitas vezes são mais espirituais que muitos de nós, entretanto serão rejeitadas por Aquele a quem fingem servir. Falsos convertidos de fato ostentam uma espiritualidade. Judas certamente o fazia. Aparentemente ele convenceu os outros discípulos que ele realmente se importava com os pobres. E ele parecia ser tão digno de confiança que era ele quem cuidava das finanças do grupo. Quando Jesus disse, “um de vós irá me trair”, os discípulos não apontaram para Judas; ao contrário, perguntaram entre si mesmos, “Sou eu Senhor?”. Por isso não nos surpreende que tão poucas pessoas na igreja consigam perceber que estamos rodeados de pessoas como Judas.
Gostaria de chamar sua atenção para um fato interessante: Caso você pense que o problema de falsas conversões afeta apenas essas Igrejas, permita-me dizer-lhe que as estatísticas mostram o contrário. Como veremos no capítulo seguinte, 80 a 90 por cento daqueles que “aceitam Jesus”, seja por grandes cruzadas ou por esforços de igrejas locais, mudarão de ideia, em algum momento. Exploraremos maiores estatísticas posteriormente, agora abordaremos apenas um exemplo:
A maior denominação evangélica dos Estados Unidos, American Horizon, divulgou uma remessa de março/abril de 1993, que em 1991 suas 11.500 igrejas obtiveram 294.784 novos “convertidos”. Infelizmente eles puderam encontrar apenas 11.337 em comunhão com a igreja. Isso significa que apesar das intensas “conversões” que aconteceram, eles não puderam contar com aproximadamente 280.000 (ou seja, 95 por cento) dos seus “convertidos”.
Para mais um exemplo considere a estimativa de uma pessoa que seguia uma cruzada:
Nossa igreja, que participou de todos os períodos (da cruzada), recebeu aproximadamente 25 nomes interessados em servir a Cristo. Eram pessoas que nunca haviam se interessado por nenhuma igreja. Fomos instruídos que muitas dessas pessoas estariam confusas sobre o que estava acontecendo na cruzada. E deveríamos ter certeza que aqueles que se converteram realmente entenderam o Evangelho. Mas logo no início o desinteresse já era notório, até mesmo no discipulado bíblico, que é essencial para novos membros. E fiquei sabendo que nenhuma dessas 25 pessoas nem ao menos visitaram a igreja, mesmo com frequentes visitas e solicitações do nosso pastor Com essa grande massa de pessoas abandonando a Igreja, a probabilidade de haver muitos que ouviram a sua pregação, estarem entre os “muitos” que ouvirão Jesus dizer, “apartai-vos de Mim” é muito grande. Tanto quanto qualquer um de nós ficaria horrorizado ao saber que estamos criando “Judas”, você também deve ficar ao saber que está levando pessoas à falsas conversões, quando no seu esforço evangelístico, você promove a pregação do “Maravilhoso Plano”. O Corpo de Cristo não está tão saudável como acreditamos está – o problema é sistêmico. Algo precisa ser radicalmente mudado.
Tradução: Maique Borges
©Translated with permission of LivingWaters.com
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[i]. Blog do Founders Ministries
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