Vivemos
em um verdadeiro “tempo de bonança”. O fenômeno do crescimento de mega-igrejas
e suas congregações aos milhares. Fogos de avivamento têm tomado todo EUA e outras
partes do mundo; e ouvimos relatos que milhões
de pessoas na Rússia, China e África têm se convertido ao Salvador. Um
evangelista, por exemplo, diz que sua turnê mundial já trouxe, aproximadamente,
1 milhão de pessoas à Cristo desde 2007[i].
Uma denominação relata que aproximadamente 2,5 milhões de pessoas se
converteram à Cristo em 2008[ii].
Uma organização internacional relata que mais de 10 milhões de pessoas se
converteram em 2009[iii],
e outro ministério relatou um número incrível de “45 milhões de conversões documentadas”
em apenas seis anos[iv].
Estes são de fato “tempos de bonança”.
Mas
apesar de toda essa excitação sobre o crescimento da Igreja contemporânea,
parece que muitos têm fechado seus olhos para certas estatísticas que não
condizem com essas afirmações. Antes de comentarmos este assunto eu me lembro da
história de um médico que disse ao seu paciente: “Tenho más notícias para você,
seu coração está extremamente fraco, e até mesmo uma má notícia poderia
matá-lo”. Então eu também lhe pergunto, como está o seu coração? Tenho, de
fato, más notícias para você. Conforme você a ouvir, por favor, não se
desespere, saiba que há a cura.
Em outubro de 2003 um levantamento
conduzido pelo Barna Group, constatou que 45 por cento daqueles que se consideram
cristãos regenerados, acreditam que jogar jogos de azar é moralmente aceitável.
De acordo com esse mesmo levantamento, 49 por cento, afirmam que viver com
alguém do sexo oposto, mesmo sem serem casados, é moralmente legal. Quase
metade das pessoas entrevistadas (49 por cento) apreciavam pensamentos ou
fantasias sexuais sobre alguém, enquanto um terço desses mesmos cristãos,
afirmam que não tem problema matar crianças enquanto ainda estão no ventre[v].
Em 2001, um levantamento conduzido
pelo Instituto Alan Guttmatcher em Nova York - Estados Unidos - constatou que
“13 por cento dos pacientes que abortavam declaravam-se cristãos nascidos de
novo e evangélicos[vi]”,
ou seja, de todos aqueles que assassinam seus bebês ainda por nascer, 1 a cada
8 pessoas, professam a fé em Jesus. Eu lhes pergunto agora, como reconciliar o
fato de que os cristãos devem amar a Deus e ao próximo como a si mesmo, com
essa triste realidade?
E isso não é tudo. De acordo com um
artigo na World Magazine intitulado “Porn Nation” (nação pornográfica), dos homens cristãos que integram
a organização Promise Keepers (homens que fazem um juramento de serem “puros”,
moral, ética e sexualmente), 53 por cento visitam websites pornográficos toda semana[vii]. E isso não é apenas um
fato isolado. Um levantamento feito pela Internet em 2002 com 6.000 pastores,
revelou que 30 por cento dos pastores entrevistados visitam sites pornográficos pelo menos uma vez a
cada 30 dias[viii]. E
essa é a realidade dos homens que deveriam ser os líderes espirituais de seus
rebanhos e de suas famílias.
Em 2009 o Barna Group publicou claras evidências de que não
está nada bem com a igreja contemporânea:
Entre
os indivíduos que se declaram cristãos, pelo menos, perto da metade deles
acreditam que Satanás não existe, um terço afirmam que Jesus pecou enquanto
estava na terra, dois quintos afirmam, também, que não tem a responsabilidade
de compartilhar a fé cristã com ninguém, um quarto nega a ideia de que a Bíblia
é inerrante nos princípios que ensina[ix].
Pense por um momento nas implicações de tal
teologia. Temos aqui milhões de “crentes” que supostamente confessam Jesus como
Senhor e ainda assim dizem que ele pecou. Eles nem ao menos sabem o que a
Bíblia ensina sobre o Filho de Deus ou acreditam que Ela está enganada ao dizer
que Jesus “não conhecia o pecado” (2 Coríntios 5. 21), que Ele “em tudo foi
tentado, mas sem pecado” (Hebreus 4.15), e que Ele “não cometeu pecado, e agravo
nenhum foi encontrado em Sua boca” (1 Pedro 2.22). E, além do mais, se Jesus
pecou significa que Ele não poderia ser o Cordeiro Imaculado de Deus que A
Escritura diz que Ele é (ver 1 Pedro 1.19); que o Seu sacrifício não foi
perfeito; e que quando Deus aceitou o sacrifício de Jesus na cruz como expiação
para os nossos pecados, Ele sancionou um “pagamento contaminado” e que,
portanto, é corrupto por natureza. Infelizmente as multidões que professam a fé
em Jesus, mas negam a Santidade e Perfeição, parece que na verdade são
estranhos à regeneração. O Jesus que eles acreditam não é capaz de salvar
ninguém.
Como se isso não bastasse, 41 por cento dos cristãos
acreditam que a Bíblia, o Alcorão e o Livro dos Mórmons são diferentes
expressões da mesma verdade espiritual[x] -
apesar desses livros serem altamente contraditórios nos seus ensinos sobre a
verdade, salvação e a natureza de Deus. E apenas 46 por cento dos adultos
cristãos acreditam na existência de uma verdade absoluta[xi].
Isso significa, então, que eles acreditam que Deus não tem padrões morais
absolutos, o que pode explicar por que tantos deles vivem como se não houvesse
responsabilidade moral nenhuma.
Pollster George Barna, observando todos esses
problemas notou que dentre os norte americanos que se consideram cristãos e
conhecem todo o conteúdo da Bíblia, a cada dez deles, menos de um, demonstra,
por meio de suas ações, que de fato têm esse conhecimento sobre a Bíblia[xii].
Temos nos EUA[1]
mais de 173 milhões de cristãos[xiii]
e existem dezenas de milhares que dizem amar a Deus, no entanto são mentirosos,
ladrões, fornicadores, adúlteros, e assassinos de crianças. O alerta de Paulo à
Tito parece ser também, sobretudo, um alerta para a Igreja moderna: “Confessam
que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras…” (Tito 1.16). Nem mesmo as suas
crenças e comportamentos estão de acordo com o Cristianismo bíblico.
[1] Nota do Tradutor:
Acredito queridos leitores, que, apesar de estarmos apresentando neste livro o
contexto religioso e cultural dos EUA, você perceberá que este é um problema
generalizado. Todos os países, de todos os continentes alcançados pelo
Cristianismo (incluindo o Brasil), têm lutado para combater os problemas
citados neste livro. Se estas pesquisas forem realizadas nos demais países, o
resultado – é evidente – seria o mesmo.
[i]. Adrienne S. Gaines, “Aproximadamente 1 milhão de
convertidos à Cristo na turnê do ‘Grande Avivamento’, 15 de maio de 2009”.
[ii]. “Estatísticas Impressionantes do World Missions”, Epimeno,
4 de julho de 2009.
[iii]. Eric Young, “CCC
Ministério Documenta mais de 10 milhões de conversões em 2009, The Christian Post, 18 de dezembro de
2009.
[v]. Barna Group, “A Moralidade Cristã Continua a Decair”, 3 de novembro de 2003.
[vi]. Rachel K. Jones, et al., “Padrões nas Características
Socioeconômicas de Mulheres que Abortaram em 2000 – 2001”, Perspectivas na
Saúde Reprodutiva e Sexual, setembro/outubro 2002, págs. 34(5): 226 – 235.
[vii]. Mark Bergin, “Pornografia”, World Magazine, 23 de abril de 2005.
[viii]. Ibid.
[ix]. Barna Group, “O Cristianismo e a Fé Negligenciada dos Americanos”,
12 de janeiro de 2009.
[x]. Barna Group, “A Maioria dos Cristãos Americanos não
Acreditam que Satanás ou o Espírito Santo existam”, 10 de abril de 2009.
[xi]. Barna Group, “Pesquisa do Barna Examina Mudanças a Nível
Mundial entre os Cristãos nos Últimos 13 Anos”, 6 de março de 2009.
[xii]. Ibid.
[xiii]. Barry A. Kosmin e Ariela Kaysar, Pesquisa Sobre a
Identificação dos Americanos Religiosos, 2008.
Tradução: Maique Borges
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