(Foto: Klaus Walter/Reprodução) — Foto: Cooperadores do Evangelho |
A Morte De Uma Igreja
As sete igrejas da Ásia Menor, conhecidas como as igrejas do Apocalipse, estão mortas. Restam apenas ruínas de um passado glorioso que se foi. As glórias daquele tempo distante estão cobertas de poeira e sepultadas debaixo de pesadas pedras. Hoje, nessa mesma região tem menos de 1% de cristãos. Diante disso, uma pergunta lateja em nossa mente: o que faz uma igreja morrer? Quais são os sintomas da morte que ameaçam as igrejas ainda hoje?
1. A morte de uma igreja acontece quando ela se aparta
da verdade.
Algumas
igrejas da Ásia Menor foram ameaçadas pelos falsos mestres e suas heresias. Foi
o caso da igreja de Pérgamo e Tiatira que deram guarida à perniciosa doutrina
de Balaão e se corromperam tanto na teologia como na ética. Uma igreja não tem
antídoto para resistir a apostasia e a morte quando a verdade é abandonada.
Temos visto esses sinais de morte em muitas igrejas na Europa, América do Norte
e também no Brasil. Algumas denominações histórias capitularam-se tanto ao
liberalismo como ao misticismo e abandonaram a sã doutrina. O resultado
inevitável foi o esvaziamento dessas igrejas por um lado ou o seu crescimento
numérico por outro, mas um crescimento sem compromisso com a verdade e com a
santidade.
2. A morte de uma igreja acontece quando ela se
mistura com o mundo.
A igreja
de Pérgamo estava dividida entre sua fidelidade a Cristo e seu apego ao mundo.
A igreja de Tiatira estava tolerando a imoralidade sexual entre seus membros.
Na igreja de Sardes não havia heresia nem perseguição, mas a maioria dos
crentes estava com suas vestiduras contaminadas pelo pecado. Uma igreja que
flerta com o mundo para amá-lo e conformar-se com ele não permanece. Seu
candeeiro é apagado e removido.
3. A morte de uma igreja acontece quando ela não
discerne sua decadência espiritual.
A igreja de Sardes olhava-se no espelho e dava
nota máxima para si mesma, dizendo ser uma igreja viva, enquanto aos olhos de
Cristo já estava morta. A igreja de Laodicéia considerava-se rica e abastada,
quando na verdade era pobre e miserável. O pior doente é aquele que não tem
consciência de sua enfermidade. Uma igreja nunca está tão à beira da morte como
quando se vangloria diante de Deus pelas suas pretensas virtudes.
4. A morte de uma igreja acontece quando ela não
associa a doutrina com a vida.
A igreja de Éfeso foi elogiada por Jesus pelo seu
zelo doutrinário, mas foi repreendida por ter abandonado seu primeiro amor.
Tinha doutrina, mas não vida; ortodoxia, mas não ortopraxia; teologia boa, mas
não vida piedosa. Jesus ordenou a igreja a lembrar-se de onde tinha caído, a
arrepender-se e a voltar à prática das primeiras obras. Se a doutrina é a base
da vida, a vida precisa ser a expressão da doutrina. As duas coisas não podem
viver separadas. Uma igreja viva tem doutrina e vida, ortodoxia e piedade.
5. A morte de uma igreja acontece quando falta-lhe
perseverança no caminho da santidade.
As igrejas de Esmirna e Filadélfia foram elogiadas
pelo Senhor e não receberam nenhuma censura. Mas, num dado momento, nas dobras
do futuro, essas igrejas também se afastaram da verdade e perderam sua
relevância. Não basta começar bem, é preciso terminar bem. Falhamos, muitas
vezes, em passar o bastão da verdade para a próxima geração. Um recente estudo
revela que a terceira geração de uma igreja já não tem mais o mesmo fervor da
primeira geração. É preciso não apenas começar a carreira, mas terminar a
carreira e guardar a fé! É tempo de pensarmos: como será nossa igreja nas
próximas gerações? Que tipo de igreja deixaremos para nossos filhos e netos?
Uma igreja viva ou igreja morta?
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir, distribuir ou divulgar este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério, e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
Maique de Souza Borges, é teólogo, estudante e amante da música sacra. Membro da Igreja Assembleia de Deus em Brasília, casado e pai de um filho. Tem interesse especial pela História da Igreja. É o criador do site Cooperadores do Evangelho. Profissionalmente atua no ramo farmacêutico e brinca de músico e programador nas horas vagas.
0 Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente a opinião deste site.
Confira nossa Política de Comentários para se adequar aos padrões de ética e compliance da nossa comunidade.