Estudiosos deduzem, a partir de
análises das cartas de Paulo, especialmente as destinadas à Igreja de Corinto,
que no primeiro século, havia pelo menos duas formas de culto: um público e outro
restrito.
No primeiro, a comunidade cristã,
segundo a direção do Espírito Santo, fazia orações, ministrava ensinos, cantava
Salmos (mais tarde surgiram os hinos cristãos), lia e explicava as Escrituras do
Antigo Testamento (e, posteriormente, incluíram as cartas dos apóstolos), citava
atos e ensinos do Mestre, o entusiasmo tinha livre expressão (até resultava em
certa desordem). Nessas reuniões era admitido pessoas estranhas, isto é, que
ainda não haviam se tornado cristãs; elas, comumente, quando tocadas pelo
Espírito Santo, confessavam os pecados e entregavam a vida a Jesus Cristo.
No segundo, acontecia uma refeição
comum, repleta de júbilo e amor; era permitida a participação apenas dos
súditos de Cristo. Cada um, segundo os recursos de que dispunha, trazia a sua
parte da alimentação que era generosa e alegremente repartida entre todos
igualmente; na mesma ocasião, ainda celebrava-se a Ceia do Senhor.
Outra prática comum nos cultos
primitivos era o levantamento de ofertas para o sustento da obra missionária e
beneficência (1 Co 16:2). Porém, tudo era feito com simplicidade, decência e
ordem!
Que diferença do ofertório pós-moderno!
Nada parecia deter a Igreja. De um lado
os apóstolos faziam milagres e maravilhas, impactando a população. Do outro, o
grupo convertido a Cristo, logo era integrado à comunidade cristã, já repleta
de multidões de fiéis; ela estava cheia de temor, coesa, unida; repartia suas
posses, vendia propriedades e bens para dividir o dinheiro conforme a
necessidade de cada um. Lucas diz que em certa época nenhum carente havia na
Igreja, pois os que possuíam terras e casas, vendendo-as, traziam os valores
correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a quem
tinha necessidade (At 4:34, 35).
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