Como todos os demais temas este também tem causado uma pertinente inquietação entre muitos teólogos opostos, trata-se de um ato soberano de Deus, antes da criação do mundo no qual Ele escolhe[u] as pessoas que seriam salvas, não por causa de algum mérito antevisto delas, mas somente por meio de Sua suprema boa vontade.
Esta foi uma doutrina desenvolvida pela Reforma Protestante. No entanto, ela sempre esteve presente nas páginas do Novo Testamento. Em o Novo Testamento temos uma palavra grega que corresponde a eleição (eklegomai
- eklegomai
- Ef 1. 4; Rm 9. 10 – 12; 1 Pe 1. 1 – 2). Abordaremos a doutrina da eleção com exemplos práticos de personagens bíblicos para facilitar a compreensão.
Começaremos com alguns gentios em Atos 13, quando Paulo e Barnabé começaram a pregar aos gentios de Antioquia da Psídia, Lucas escreve que "os gentios, ouvindo isso, alegraram-se e bendisseram a palavra do Senhor; e creram todos os que haviam sido designados para a vida eterna". - Audientes autem gentes, gavisæ sunt, et
glorificabant verbum Domini : et crediderunt quotquot erant præordinati ad vitam æternam1. - (v. 48, Ênfase Minha). Observe a parte ‘b’ do versículo destacada em itálico sublinhado. Alguns
interpretam a palavra “designar” como “estavam dispostos”. Entretanto, nem o
contexto, nem a palavra traduzida “designar” (designar)
justifica essa interpretação. A palavra designar, (verbo transitivo direto,
porém no verso ela encontra-se no particípio plural) dentre outros conceitos,
significa: fixar, determinar, mas nunca estar disposto. Para ficar mais claro
ainda, entenda como se alguém tivesse feito essa pergunta a Lucas:
- "Quantos creram?"
E então, ele responde:
- "Creram todos os que haviam sido designados para a vida eterna".
Paulo e Barnabé pregaram para todos os
presentes, porém, o Senhor converteu somente aqueles em quem Ele havia delegado
uma vocação eficaz. Você encontrará algo semelhante
no capítulo 2 verso 47 desse mesmo livro, dependendo da versão escolhida. Veja
na versão clássica da Bíblia em Inglês,
The King James Version of The Holy Bible.
"And the Lord added to the Church, daily such as should be saved" (Acts 2.47b - Ênfase Minha)
Observe a
tradução desse verso:
"E diariamente acrescentava o Senhor à Igreja, aqueles que deveriam ser salvos" (Atos 2.47b - Ênfase Minha).
Algumas traduções em português dizem: “aqueles que se haviam de salvar”.
Nos dois casos o sentido é o mesmo, isto é, que a nossa conversão depende única
e exclusivamente da vontade de Deus (Sl 3. 8; Jn 2. 9; Rm 9. 16). Esse é um dos pontos da fé reformada, solidamente firmada nas Escrituras, que mais contraria o Arminianismo.
Doutrina desenvolvida pelo holandês Jacobus
Arminius, que diz que a pessoa tem a “última palavra”, que Deus está
sujeito à vontade do homem. Doutrina, esta, que deixa a questão da salvação
mais nas mãos dos homens e menos nas de Deus. O “livre - arbítrio” da pessoa
determina o seu destino. Doutrina que ensina que é possível perder a salvação
ou cair da graça pela sua própria vontade. Enquanto o Cristo está dizendo que
“… ninguém pode vir a mim, a não ser que isto seja dado pelo Pai, [e Ele diz
mais] todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais
rejeitarei” (Jo 6. 65 e v. 37).
Temos esse outro exemplo. Em Atos 16. 13 – 14, nós lemos:
“No sábado
saímos da cidade e fomos para a beira do rio, onde esperávamos encontrar um
lugar de oração. Sentamo-nos e começamos a conversar com as mulheres que haviam
se reunido ali. Uma das que ouviram era uma mulher temente a Deus chamada
Lídia, vendedora de tecido de púrpura, da cidade de Tiatira. O Senhor abriu seu
coração para atender à mensagem de Paulo”. Observe que além da Lídia, naquela ocasião
estavam presentes outras mulheres (a palavra está no plural), no entanto, Lucas
faz questão de destacar que o Senhor abriu o coração dela para atender, isto é,
estar atenta a homilia do Apóstolo Paulo. Eu poderia fazer um paralelo entre Lídia e as mulheres supracitadas, com a história
de Esaú e Jacó que você pode encontrar em:
Romanos 9.6-24
6- Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas;
7- Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8- Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.
9- Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho.
10- E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai;
11- Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),
12- Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor.
13- Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.
14- Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.
15- Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.
16- Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
17- Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
18- Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.
19- Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade?
20- Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?
21- Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?
22- E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição;
23- Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou,
24- Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?
Lendo a forma como o Apóstolo S. Paulo nos apresenta o Senhor eu me recordo do que li certa vez em um artigo que falava sobre a existência de Deus e Sua Infinita Soberania. A forma como Deus é apresentado no que você irá ler a seguir também é incrível, leia com atenção, por favor.
“O desígnio e a formosura se evidenciam no Universo, mas o desígnio e a formosura implicam um arquiteto, por tanto o Universo é a obra de um Arquiteto dotado de inteligência suficiente para explicar a Sua obra. O grande relógio de Estrasburgo tem, além das funções normais de um relógio, uma combinação de luas e planetas que se movem com seus grupos de figuras que aparecem e desaparecem com regularidade igual ao soarem as horas no grande cronômetro. Declarar não ter havido um engenheiro que construiu o relógio, e que este objeto “aconteceu”, seria insultar a inteligência e a razão humana. É insensatez presumir que o Universo “aconteceu”, ou, em linguagem científica, que procedeu do concurso fortuito dos átomos!
Suponhamos que o livro The Pilgrims’ Progress (O Peregrino) fosse descrito da seguinte maneira: o autor tomou um vagão de tipos de imprensas e com pá os atirou ao ar. Ao caírem no chão, natural e gradualmente se ajuntaram de maneira a formar a famosa história de John Bunyan. Os homens mais incrédulos diriam: “Que absurdo”! E a mesma coisa dizemos das suposições do ateísmo, em relação á criação do Universo.
O exame de um relógio revela que ele leva os sinais do desígnio, por que as diversas peças são reunidas com um propósito prévio. Elas são colocadas de tal modo que produzem movimentos, e esses movimentos são regulados de tal maneira que marcam as horas. Disso inferimos duas coisas: primeiro, que o relógio teve alguém que o fez, e segundo, que o seu fabricante compreendeu a sua construção, e o projetou com o propósito de marcar as horas. Da mesma maneira observamos o desígnio e a operação de um plano no mundo e naturalmente, concluímos que houve alguém que o fez e que sabiamente o preparou para o propósito ao qual está servindo.
O fato de nunca termos observados a fabricação de um relógio não afetaria em nada essas conclusões, mesmo que nunca conhecêssemos um relojoeiro, ou que jamais tivéssemos ideia do processo desse trabalho. Igualmente, a nossa convicção de que o Universo teve um Arquiteto, de forma nenhuma sofre alterações pelo fato de nunca termos observado a sua construção, ou de nunca termos visto o Arquiteto. Do mesmo modo a nossa conclusão não se afetaria se alguém nos informasse que o relógio é resultado das operações, ou da operação, das Leis da Mecânica e explica-se pelas propriedades da matéria. Ainda assim teremos que considerá-lo como abra de um hábil relojoeiro que soube aproveitar essas Leis da Física e suas propriedades para fazer o relógio funcionar. Da mesma forma, quando alguém nos informa que o Universo é simplesmente o resultado da operação das leis da natureza, nos vemos constrangidos a perguntar: “Quem projetou, estabeleceu e usou essas leis”? Isso em razão de ser implícita a presença de um legislador, uma vez que há leis.
Tomemos para ilustrar a vida dos insetos. Há uma espécie de escaravelho chamado Staghorn, ou “Chifrudo”. O macho tem magníficos chifres, duas vezes mais cumpridos que o seu corpo, a fêmea não tem chifres. No estágio larval eles enterram-se na terra e, silenciosamente, esperam na escuridão pela sua metamorfose. São naturalmente meros insetos, sem nenhuma diferença aparente e, no entanto, um deles escava para si um buraco duas vezes mais profundo que o outro. Por quê? Para que haja espaço para os chifres do macho se desenvolver com perfeição. Por que essas larvas, aparentemente iguais, diferem assim em seus hábitos? Quem ensinou o macho a cavar seu buraco duas vezes mais profundo do que o faz a fêmea? Seria o resultado de um processo racional? É claro que não, provém de Deus, o Criador, Ele quem pôs naquelas criaturas a percepção instintiva que lhes seria útil. De onde recebeu esse inseto a sua sabedoria? Alguém talvez pense que a herdara de seus pais. Mas um cão ensinado, por exemplo, transmite à sua descendência a sua astúcia e agilidade? Não. Mesmo que admitamos que o instinto fosse herdado, ainda assim depararíamos com o fato de que alguém havia instruído o primeiro escaravelho chifrudo. A explicação do maravilhoso instinto dos animais acha-se nas palavras do primeiro capítulo do livro da criação na Bíblia: “E disse Deus” – Isto é, A Vontade de Deus. Quem observa o funcionamento de um relógio sabe que a inteligência não está no relógio, mas sim, no seu fabricante. E quem observa o instinto maravilhoso das menores criaturas, concluirá que a primeira inteligência não era a delas, mas sim, do seu Criador, e que existe uma Mente controladora dos menores detalhes da vida.
O Dr. Whitney, ex-presidente da American Society (Sociedade Americana) e membro da American Academy of Arts and Science (Academia Americana de Artes e Ciências), disse certa vez que “um ímã repele outro pela Vontade de Deus e ninguém pode dar razão melhor”. “O que o senhor quer dizer com a expressão - a vontade de Deus”? Alguém lhe perguntou. O Dr. respondeu: “‘Como o senhor define a luz’? Existe a Teoria Corpuscular, a Teoria das Ondas, e agora a Teoria do Quantum, e nenhuma dessas teorias passa de uma conjectura educada. Com uma explicação tão boa como essas, podemos dizer que a luz caminha pela Vontade de Deus… a Vontade de Deus, essa lei que descobrimos sem a podermos explicar – é a única palavra final”.
O Sr. A. J. Peace, desenhista do periódico evangélico “Sunday School Times”, fala de sua entrevista com o finado Wilson J. Bentley, perito em microfotografia (fotografar o que se vê através do microscópio). Por mais de um terço de século esse senhor fotografou cristais de neve. Depois de haver fotografado milhares desses cristais ele observou que todos eram de um padrão formoso, e de forma sextavada, mais ou menos da forma dessa figura ao lado.
Quando lhe perguntaram como se explicava essa simetria sextavada, ele respondeu: “Decerto, ninguém sabe senão Deus, mas minha teoria é a seguinte: como todos sabem, os cristais de neve são formados de vapor de água a temperatura abaixo de zero, a água se compõe de três moléculas, duas de hidrogênio que se combina com uma de oxigênio. Cada molécula tem uma carga de eletricidade positiva e negativa, a qual tem a tendência de polarizar-se nos lados opostos. O algarismo três, portanto, figura no assunto desde o começo”.
“Como podemos explicar estes pontinhos tão interessantes, as voltas e as curvas graciosas, e estas quinas chanfradas tão delicadamente cinzeladas, todas elas dispostas com perfeita simetria ao redor do ponto central”? – Perguntou o Sr. Peace.
Ele encolheu os ombros e disse: “Somente o Artista que os desenhou e os modelou conhece o processo”.
Sua declaração acerca do “algarismo três que figura o assunto” me pôs a pensar. Não seria então que o Trino Deus, que modela toda a formosura da criação, rubrica a própria Trindade nestas frágeis estrelas de cristal de gelo como quem assina seu nome em sua obra-prima? Ao examinar os flocos de neve ao microscópio, vê-se instantaneamente que o princípio básico da estrutura do floco de neve é o hexágono ou a figura de seis lados, o único exemplo disso em todo o reino da geometria a este respeito. O raio do circuito circunscrevente é exatamente igual ao cumprimento de cada um dos sei lados do hexágono. Por tanto, resultam seis triângulos equiláteros reunidos ao núcleo central, sendo todos os triângulos de sessenta graus (60°), a terça parte de toda a área num lado de uma linha reta. Que símbolo sugestivo do Deus trino é o triângulo! Aqui temos unidade: um triângulo formado de três linhas, cada parte indispensável à integridade do conjunto.
A curiosidade agora me impeliu a examinar as referências bíblicas sobre a palavra “neve”, e descobri com grande prazer, este mesmo “triângulo” inerente na Bíblia. Por exemplo, há 21 (
) referências
contendo o subscritivo “neve” no Antigo, e 3 no Novo Testamentos, 24 ao todo.
Então achei três referências que falam da “lepra branca como a neve”. Três
vezes a purificação do pecado é comparada a neve. Achei mais três que falam de
roupas “tão brancas como a neve”. Três vezes a aparência do Filho de Deus
compara-se à neve. Mas a maior surpresa foi descobrir que a palavra hebraica
“neve” é composta inteiramente de algarismos “três”! É fato, embora não seja
geralmente conhecido que, não tendo algarismos, tanto os hebreus como os gregos
usavam as letras do seu alfabeto como algarismos. Bastava um olhar casual de um
hebreu na palavra SHELEB (palavra hebraica que quer dizer “neve”) para ver que
ela significa o algarismo 333, bem como significa “neve”, no hebraico a
primeira letra, que corresponde a nossa “SH”, vale 300, a segunda consoante “L”
vale 30 e a consoante final, o nosso “G”, vale 3. Somando-as, temos 333, três
algarismos de três. Curioso, não é? Mas por que não esperar exatidão matemática
de um livro plenamente inspirado, tão maravilhoso quanto o mundo que Deus
criou?
Acerca de Deus Jó disse: “Faz grandes coisas que não podemos compreender. Pois diz à neve: Cai sobre a Terra… (Jó 37. 5, 6)”. Eu já gastei um dia inteiro para copiar com pena e tinta o desenho de Deus de seis cristais de neve e fiquei muito fatigado. No entanto, para Ele é muito fácil fazê-lo! “Ele diz a neve” — e com uma palavra está feito. Imaginem quantos milhões de bilhões de cristais de neve caem sobre um hectare de terra durante uma hora, e imaginem se puderem o fato surpreendente de que cada cristal tem sua individualidade própria, um desenho e modelo sem duplicata nesta ou em qualquer outra tempestade. “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não posso atingir” (Sl 139. 6). Como pode uma pessoa ajuizada, diante de tal evidencia de desígnios multiplicados por um sem-número de variedades, duvidar da existência, da Soberania e da obra do Desenhista, cuja capacidade é imensurável?! Um Deus capaz de fazer tantas belezas é capaz de tudo, até mesmo de moldar as nossas vidas dando-lhes beleza e simetria”.
Não sei se você conseguiu vislumbrar esse texto da mesma forma que eu, mas uma coisa é certa, a nossa salvação depende única e exclusivamente da Vontade Soberana de Deus, e não é preciso ser um intelectual para perceber isso. O meu objetivo, ao acrescentar esse texto à essa apostila, foi trazer algo diferente daquilo que você já ouviu sobre Deus, mas é claro que, isso não chega nem perto da Natureza de Deus, de quem Ele realmente é. Como já dizia certo poeta cristão:
Romanos 9.6-24
6- Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas;
7- Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.
8- Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.
9- Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho.
10- E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai;
11- Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),
12- Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor.
13- Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.
14- Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.
15- Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.
16- Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
17- Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.
18- Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.
19- Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade?
20- Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?
21- Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?
22- E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição;
23- Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou,
24- Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?
Lendo a forma como o Apóstolo S. Paulo nos apresenta o Senhor eu me recordo do que li certa vez em um artigo que falava sobre a existência de Deus e Sua Infinita Soberania. A forma como Deus é apresentado no que você irá ler a seguir também é incrível, leia com atenção, por favor.
“O desígnio e a formosura se evidenciam no Universo, mas o desígnio e a formosura implicam um arquiteto, por tanto o Universo é a obra de um Arquiteto dotado de inteligência suficiente para explicar a Sua obra. O grande relógio de Estrasburgo tem, além das funções normais de um relógio, uma combinação de luas e planetas que se movem com seus grupos de figuras que aparecem e desaparecem com regularidade igual ao soarem as horas no grande cronômetro. Declarar não ter havido um engenheiro que construiu o relógio, e que este objeto “aconteceu”, seria insultar a inteligência e a razão humana. É insensatez presumir que o Universo “aconteceu”, ou, em linguagem científica, que procedeu do concurso fortuito dos átomos!
Suponhamos que o livro The Pilgrims’ Progress (O Peregrino) fosse descrito da seguinte maneira: o autor tomou um vagão de tipos de imprensas e com pá os atirou ao ar. Ao caírem no chão, natural e gradualmente se ajuntaram de maneira a formar a famosa história de John Bunyan. Os homens mais incrédulos diriam: “Que absurdo”! E a mesma coisa dizemos das suposições do ateísmo, em relação á criação do Universo.
O exame de um relógio revela que ele leva os sinais do desígnio, por que as diversas peças são reunidas com um propósito prévio. Elas são colocadas de tal modo que produzem movimentos, e esses movimentos são regulados de tal maneira que marcam as horas. Disso inferimos duas coisas: primeiro, que o relógio teve alguém que o fez, e segundo, que o seu fabricante compreendeu a sua construção, e o projetou com o propósito de marcar as horas. Da mesma maneira observamos o desígnio e a operação de um plano no mundo e naturalmente, concluímos que houve alguém que o fez e que sabiamente o preparou para o propósito ao qual está servindo.
O fato de nunca termos observados a fabricação de um relógio não afetaria em nada essas conclusões, mesmo que nunca conhecêssemos um relojoeiro, ou que jamais tivéssemos ideia do processo desse trabalho. Igualmente, a nossa convicção de que o Universo teve um Arquiteto, de forma nenhuma sofre alterações pelo fato de nunca termos observado a sua construção, ou de nunca termos visto o Arquiteto. Do mesmo modo a nossa conclusão não se afetaria se alguém nos informasse que o relógio é resultado das operações, ou da operação, das Leis da Mecânica e explica-se pelas propriedades da matéria. Ainda assim teremos que considerá-lo como abra de um hábil relojoeiro que soube aproveitar essas Leis da Física e suas propriedades para fazer o relógio funcionar. Da mesma forma, quando alguém nos informa que o Universo é simplesmente o resultado da operação das leis da natureza, nos vemos constrangidos a perguntar: “Quem projetou, estabeleceu e usou essas leis”? Isso em razão de ser implícita a presença de um legislador, uma vez que há leis.
Tomemos para ilustrar a vida dos insetos. Há uma espécie de escaravelho chamado Staghorn, ou “Chifrudo”. O macho tem magníficos chifres, duas vezes mais cumpridos que o seu corpo, a fêmea não tem chifres. No estágio larval eles enterram-se na terra e, silenciosamente, esperam na escuridão pela sua metamorfose. São naturalmente meros insetos, sem nenhuma diferença aparente e, no entanto, um deles escava para si um buraco duas vezes mais profundo que o outro. Por quê? Para que haja espaço para os chifres do macho se desenvolver com perfeição. Por que essas larvas, aparentemente iguais, diferem assim em seus hábitos? Quem ensinou o macho a cavar seu buraco duas vezes mais profundo do que o faz a fêmea? Seria o resultado de um processo racional? É claro que não, provém de Deus, o Criador, Ele quem pôs naquelas criaturas a percepção instintiva que lhes seria útil. De onde recebeu esse inseto a sua sabedoria? Alguém talvez pense que a herdara de seus pais. Mas um cão ensinado, por exemplo, transmite à sua descendência a sua astúcia e agilidade? Não. Mesmo que admitamos que o instinto fosse herdado, ainda assim depararíamos com o fato de que alguém havia instruído o primeiro escaravelho chifrudo. A explicação do maravilhoso instinto dos animais acha-se nas palavras do primeiro capítulo do livro da criação na Bíblia: “E disse Deus” – Isto é, A Vontade de Deus. Quem observa o funcionamento de um relógio sabe que a inteligência não está no relógio, mas sim, no seu fabricante. E quem observa o instinto maravilhoso das menores criaturas, concluirá que a primeira inteligência não era a delas, mas sim, do seu Criador, e que existe uma Mente controladora dos menores detalhes da vida.
O Dr. Whitney, ex-presidente da American Society (Sociedade Americana) e membro da American Academy of Arts and Science (Academia Americana de Artes e Ciências), disse certa vez que “um ímã repele outro pela Vontade de Deus e ninguém pode dar razão melhor”. “O que o senhor quer dizer com a expressão - a vontade de Deus”? Alguém lhe perguntou. O Dr. respondeu: “‘Como o senhor define a luz’? Existe a Teoria Corpuscular, a Teoria das Ondas, e agora a Teoria do Quantum, e nenhuma dessas teorias passa de uma conjectura educada. Com uma explicação tão boa como essas, podemos dizer que a luz caminha pela Vontade de Deus… a Vontade de Deus, essa lei que descobrimos sem a podermos explicar – é a única palavra final”.
O Sr. A. J. Peace, desenhista do periódico evangélico “Sunday School Times”, fala de sua entrevista com o finado Wilson J. Bentley, perito em microfotografia (fotografar o que se vê através do microscópio). Por mais de um terço de século esse senhor fotografou cristais de neve. Depois de haver fotografado milhares desses cristais ele observou que todos eram de um padrão formoso, e de forma sextavada, mais ou menos da forma dessa figura ao lado.
Quando lhe perguntaram como se explicava essa simetria sextavada, ele respondeu: “Decerto, ninguém sabe senão Deus, mas minha teoria é a seguinte: como todos sabem, os cristais de neve são formados de vapor de água a temperatura abaixo de zero, a água se compõe de três moléculas, duas de hidrogênio que se combina com uma de oxigênio. Cada molécula tem uma carga de eletricidade positiva e negativa, a qual tem a tendência de polarizar-se nos lados opostos. O algarismo três, portanto, figura no assunto desde o começo”.
“Como podemos explicar estes pontinhos tão interessantes, as voltas e as curvas graciosas, e estas quinas chanfradas tão delicadamente cinzeladas, todas elas dispostas com perfeita simetria ao redor do ponto central”? – Perguntou o Sr. Peace.
Ele encolheu os ombros e disse: “Somente o Artista que os desenhou e os modelou conhece o processo”.
Sua declaração acerca do “algarismo três que figura o assunto” me pôs a pensar. Não seria então que o Trino Deus, que modela toda a formosura da criação, rubrica a própria Trindade nestas frágeis estrelas de cristal de gelo como quem assina seu nome em sua obra-prima? Ao examinar os flocos de neve ao microscópio, vê-se instantaneamente que o princípio básico da estrutura do floco de neve é o hexágono ou a figura de seis lados, o único exemplo disso em todo o reino da geometria a este respeito. O raio do circuito circunscrevente é exatamente igual ao cumprimento de cada um dos sei lados do hexágono. Por tanto, resultam seis triângulos equiláteros reunidos ao núcleo central, sendo todos os triângulos de sessenta graus (60°), a terça parte de toda a área num lado de uma linha reta. Que símbolo sugestivo do Deus trino é o triângulo! Aqui temos unidade: um triângulo formado de três linhas, cada parte indispensável à integridade do conjunto.
A curiosidade agora me impeliu a examinar as referências bíblicas sobre a palavra “neve”, e descobri com grande prazer, este mesmo “triângulo” inerente na Bíblia. Por exemplo, há 21 (
Acerca de Deus Jó disse: “Faz grandes coisas que não podemos compreender. Pois diz à neve: Cai sobre a Terra… (Jó 37. 5, 6)”. Eu já gastei um dia inteiro para copiar com pena e tinta o desenho de Deus de seis cristais de neve e fiquei muito fatigado. No entanto, para Ele é muito fácil fazê-lo! “Ele diz a neve” — e com uma palavra está feito. Imaginem quantos milhões de bilhões de cristais de neve caem sobre um hectare de terra durante uma hora, e imaginem se puderem o fato surpreendente de que cada cristal tem sua individualidade própria, um desenho e modelo sem duplicata nesta ou em qualquer outra tempestade. “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não posso atingir” (Sl 139. 6). Como pode uma pessoa ajuizada, diante de tal evidencia de desígnios multiplicados por um sem-número de variedades, duvidar da existência, da Soberania e da obra do Desenhista, cuja capacidade é imensurável?! Um Deus capaz de fazer tantas belezas é capaz de tudo, até mesmo de moldar as nossas vidas dando-lhes beleza e simetria”.
Não sei se você conseguiu vislumbrar esse texto da mesma forma que eu, mas uma coisa é certa, a nossa salvação depende única e exclusivamente da Vontade Soberana de Deus, e não é preciso ser um intelectual para perceber isso. O meu objetivo, ao acrescentar esse texto à essa apostila, foi trazer algo diferente daquilo que você já ouviu sobre Deus, mas é claro que, isso não chega nem perto da Natureza de Deus, de quem Ele realmente é. Como já dizia certo poeta cristão:
“Tudo que o
homem conhece a respeito de Deus, representa nada, quando comparado a quem ele
realmente é”.
Aqueles que assim preferirem, continuem negando, mas
eu continuarei pregando que, DEUS É SOBERANO.
[1] - A publicação da Biblia Sacra juxta Vulgatam Clementinam foi aprovada pelos bispos da Conferência da Inglaterra e País de Gales (Wales).
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir, distribuir ou divulgar este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério, e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
Maique de Souza Borges, é teólogo, estudante e amante da música sacra. Membro da Igreja Assembleia de Deus em Brasília, casado e pai de um filho. Tem interesse especial pela História da Igreja. É o criador do site Cooperadores do Evangelho. Profissionalmente atua no ramo farmacêutico e brinca de músico e programador nas horas vagas.
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