Romanos [Capítulo 12]
1.Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 
2.E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. 
Introdução:

A igreja de Roma não foi fundada por nenhum dos apóstolos. Acredita-se que tenha sido os convertidos no dia de Pentecostes, que ao retornarem à Roma, estabeleceram aquela comunidade evangélica.

A carta aos Romanos é como é conhecida a epístola de Paulo aos Romanos. Como a própria epístola nos mostra no capítulo I e no verso 1, Paulo é o escritor.

A carta tinha por objetivo corrigir interpretações a respeito de sua pregação levadas à comunidade de Roma provavelmente por judeus ou cristãos judaizantes.

Foi lendo esta carta que Martinho Lutero foi tocado pela mensagem da salvação gratuita, fazendo-o insurgir-se contra a venda de indulgências que se disseminava entre a classe eclesiástica de então. Em Romanos 1:17 lê-se: "Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o Justo viverá da fé". Segundo esta epístola, a salvação que Deus proporciona à humanidade é dada gratuitamente através do seu Filho Jesus Cristo.

Em toda a epístola, Paulo tenta mostrar aos cristãos romanos e também aos judeus que a salvação é somente pela fé em Jesus Cristo, e não em uma religião, nem em uma nacionalidade, nem em qualquer obra do homem. Somente Jesus Cristo salva. E — Paulo afirma — é somente a fé em Cristo que salva o ímpio da ira de Deus, ira essa a que Paulo se refere no capítulo I e no verso 18.

O estudo deste livro é considerado pelos cristãos necessário para compreensão espiritual e também para compreensão da graça redentora de Deus.

O livro de Romanos é uma das mais ricas e difíceis epístolas de Paulo. Ela mostra claramente o problema do pecado e a única solução: a graça de Deus através de Jesus Cristo. Paulo argumenta eficazmente que ninguém será salvo por obediência à lei do Velho Testamento. A salvação é pela fé em Cristo somente 



I - Comentário sobre capítulo 12.1 – “O culto que agrada a Deus”

“Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.’

1) “Rogo-vos pois irmãos, pela compaixão de Deus...” (v.1)

Parece-nos poder ver, neste pedido de Paulo, uma atitude quase desesperada de conscientizar os irmãos, da forma de culto que agrada a Deus. Paulo naquele momento já tinha experiência suficiente para tal empreitada.

2) “... que apresenteis os vossos corpos...” (v.1)

Esta apresentação lógico, é no sentido figurado. Deus nunca aprovou sacrifícios humanos tais como rituais de auto flagelamento, etc. Apresentar o corpo aqui, fala de uma entrega sem reservas, de todos os nossos sentidos, audição, tato, paladar, olfato e visão, ou seja nossa vida ao serviço do culto a Deus. Mas Deus não quer somente o corpo, ou só a alma, nem mesmo só o espírito, mas uma entrega total.

3) “... em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus...”

A santidade é um dos aspectos da salvação. Por isto ela faz parte, não só do culto a Deus, mas de toda a nossa relação com Ele. Para entendermos o que é santidade, no contexto teológico e prático temos que levar em conta o seguinte: que santidade é:

Ser propriedade de Deus e para uso exclusivo de Deus. No tabernáculo as coisas eram sagradas, não porque fossem de ouro ou prata, mas sim porque pertenciam a Deus e porque estavam sendo usadas para fins de culto na cada de Deus. 

a) O sacrifício precisa ser VIVO. Deus quer o nosso culto vivo. Deus é deus de vivos e não de mortos. No velho testamento os animais eram trazidos vivos até o sacerdote, que o imolava ali diante do altar. E não podia ser animal doente. Tinha que ser sadio.

b) O sacrifício precisa ser SANTO. Meu louvor, minha vida, minha casa, meu carro, minha família, tudo tem que pertencer ao Senhor e estar disponível para seu uso.

c) O sacrifício tem que agradar a Deus. O que mais nos agrada, quando alguém nos faz algo de bom é se isto for voluntário e de coração sincero. É assim também com Deus. Se for apenas para aparecer, ele não recebe: é sacrifício de tolo.

4) “... que é o vosso culto racional.”

A palavra racional, fala de raciocínio e intelecto. Deus não quer um culto mecânico ou ritualístico. Deus quer um culto, no qual as pessoas meditem na letra do hino cantado, nas palavras do pregador, ou no testemunho (não é criticar ou murmurar). Deus não quer orações cheias de “vãs repetições” como fazem algumas pessoas. Deus quer o nosso culto com nossas emoções, mas também com a nossa razão.

II - Comentário sobre capítulo 12.2 – “A vontade de Deus”

“E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”

1) “E não vos conformeis com este mundo...”

a) “conformar”: tem o sentido de tomar forma. O cristão não pode tomar a forma “mundana”. Uma vez salvos por JESUS, nos tornamos nova criatura e portanto, teremos uma nova forma de viver. Tem cristão querendo viver as duas vidas. A bíblia diz que ninguém pode servir a dois senhores, pois acabará desagradando a um deles.

b) “Este mundo”: aqui não fala do mundo cósmico, ou seja, do planeta Terra e sim do sistema satânico, que governa este mundo tenebroso. A mídia, apesar de ser benéfica, está quase toda sob domínio de pessoas que não tem compromisso cristão. Estes meios tem uma facilidade muito grande de influenciar as pessoas. O cristão deve ter cuidado.

2) “... mas transformai-vos pela renovação da vossa mente...”

Transformar, significa dar uma nova forma a um objeto. Neste caso aqui o “objeto” é a mente humana, que precisa ser renovada por um novo entendimento. O que Paulo recomendava aqui é que os irmãos que trocassem pela mensagem de Jesus, os pensamentos puramente filosóficos e ou religiosos que possuíam. As outras religiões sobreviveriam sem os seus fundadores, pois se baseiam em filosofias. Mas o cristianismo não sobreviveria sem Jesus, pois ele é a essência do cristianismo. 

3) “... para que experimenteis...”

A experiência só vem através de experimentos. Nunca iremos saber o sabor de algo se não experimentamos (provamos). E para que tenhamos um bom relacionamento com Deus, devemos experimentá-lo.

4) “... qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

a) A BOA: o melhor lugar para o cristão estar é no centro da vontade de Deus. Porém precisamos compreender que Sua vontade É SEMPRE BOA. Deus nunca vai querer o nosso mal. Uma das características de Deus é a sua BONDADE. Todos os versos do salmo 136 exaltam esta bondade (benignidade) de Deus.

b) A AGRADÁVEL: a vontade de Deus também é agradável. Agradável é aquilo que dá prazer. A vontade de Deus em um primeiro momento, pode parecer não ser do nosso agrado, mas seu fim é sempre bom. É como um bom remédio que pode ser meio amargo, mas que sara a ferida.

c) A PERFEITA: o que é perfeito é porque não tem falhas e não há como melhorar. A vontade de Deus é perfeita (salmo 19:9-10). Se ajusta direitinho na nossa vida.

Que Deus nos abençoe!
Por: Maique Borges
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Maique Borges

Maique Borges

Maique de Souza Borges, é teólogo, estudante e amante da música sacra. Membro da Igreja Assembleia de Deus em Brasília, casado e pai de um filho. Tem interesse especial pela História da Igreja. É o criador do site Cooperadores do Evangelho. Profissionalmente atua no ramo farmacêutico e brinca de músico e programador nas horas vagas.