ARTIGOS DA RELIGIÃO (TRINTA E NOVE ARTIGOS)
(1571: Igreja Anglicana)
Há
um único Deus, vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo, indivisível, não sujeito à
paixões, de infinito poder, sabedoria e bondade; Criador e Sustentador de todas
as coisas visíveis e invisíveis. E na unidade desta Divindade há três Pessoas,
da mesma substância, poder e eternidade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
O
Filho, que é o Verbo do Pai, gerado da eternidade do Pai, verdadeiro e
sempiterno Deus, e consubstancial com o Pai, tomou a natureza humana no ventre
da bendita Virgem e da sua substância; de sorte que as duas inteiras e
perfeitas Naturezas, isto é, Divina e Humana, se uniram em uma Pessoa, para
nunca mais se separarem, das quais resultou Cristo, verdadeiro Deus e
verdadeiro Homem; que verdadeiramente padeceu, foi crucificado, morto e
sepultado, para reconciliar seu Pai conosco, e ser vítima, não só pela culpa
original, mas também pelos atuais pecados dos homens.
Assim
como Cristo morreu por nós, e foi sepultado; assim também deve ser crido que
desceu ao Inferno.
Cristo
verdadeiramente ressurgiu dos mortos e tomou de novo o seu corpo, com carne,
ossos e tudo o mais pertencente à perfeição da natureza humana; com o que subiu
ao Céu, e lá está assentado, até que volte a julgar todos os homens, no último
dia.
O
Espírito Santo, procedente do Pai e do Filho, é da mesma substância, majestade
e glória que o Pai e o Filho, verdadeiro e eterno Deus.
As
Escrituras Sagradas contêm todas as coisas necessárias para a salvação; de modo
que tudo o que nela não se lê, nem por ela se pode provar, não deve ser exigido
de pessoa alguma que seja crido como artigo de Fé ou julgado como exigido ou
necessário para a salvação. Pelo nome de Escrituras Sagradas entendemos os
Livros canônicos do Antigo e Novo Testamentos, de cuja autoridade jamais houve
qualquer dúvida na Igreja.
Terceiro
Livro de Esdras
Quarto Livro
de Esdras
Livro de
Tobias
Livro de Judite
O Restante
do Livro de Ester
Livro da
Sabedoria
Jesus Filho de Siraque
|
O Profeta Baruque
O Cântico dos Três Mancebos
A História de Susana
De Bel e o Dragão
Oração de Manassés
Primeiro Livro dos Macabeus
Segundo Livro dos Macabeus
|
E
os outros Livros, a igreja os lê para exemplo de vida e instrução de costumes;
mas não os aplica para estabelecer doutrina alguma. São os seguintes:
Recebemos e
contamos por canônicos todos os Livros do Novo Testamento, como são comumente
recebidos.
O
Antigo Testamento não é contrário ao Novo; porquanto em ambos, tanto no Antigo
como no Novo, se oferece a vida eterna ao gênero humano, por Cristo, que é o
único Mediador entre Deus e o homem, sendo Ele mesmo Deus o Homem. Portanto,
não devem ser ouvidos os que pretendem que os antigos Pais só esperaram
promessas transitórias. Ainda que a Lei de Deus, dada por meio de Moisés, no
que respeita a Cerimônias e Ritos, não obrigue os cristãos, nem devam ser
recebidos necessariamente os seus preceitos civis em nenhuma comunidade;
todavia, não há cristão algum que esteja isento da obediência aos Mandamentos
que se chamam Morais.
O
Credo de Nicéia e o que normalmente se chama Credo dos Apóstolos devem ser
inteiramente recebidos e cridos; porque se podem provar com garantias inegáveis
das Escrituras Sagradas.
O
Pecado Original não consiste na imitação de Adão (como em vão propagam os
pelagianos); é, porém, a falta e corrupção da Natureza de todo homem, gerado
naturalmente da semente de Adão; pelas quais o homem dista muitíssimo da
retidão original e é de sua própria natureza inclinado ao mal, de sorte que a
carne sempre cobiça contra o Espírito; e, por isso, toda a pessoa que nasce
neste mundo merece a ira e a condenação de Deus. E esta contaminação da
natureza ainda permanece também nos regenerados, pela qual o apetite carnal,
chamado em grego phronÂma sarkos (que uns interpretam sabedoria
e outros, sensualidade, outros, afeição, e outros, desejo carnal), não é
sujeito à Lei de Deus. E apesar de que não há condenação para os que crêem e
são batizados, contudo o Apóstolo confessa que a concupiscência e luxúria têm
de si mesmas a natureza do pecado.
A
condição do Homem depois da queda de Adão é tal que ele não pode converter-se e
preparar-se a si mesmo, por sua própria força natural e boas obras, para a fé e
invocação a Deus. Portanto, não temos o poder de fazer boas obras agradáveis e
aceitáveis a Deus, sem que a graça de Deus por Cristo nos preceda, para que
tenhamos boa vontade, e coopere conosco enquanto temos essa boa vontade.
Somos
reputados justos perante Deus, somente pelo mérito de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo pela Fé, e não por nossos próprios merecimentos e obras. Portanto,
é doutrina mui saudável e cheia de consolação que somos justificados somente
pela Fé, como se expõe mais amplamente na Homilia da Justificação.
Ainda
que as Boas Obras, que são os frutos da Fé, e seguem a Justificação, não possam
expiar os nossos pecados, nem suportar a severidade do juízo de Deus, são,
todavia, agradáveis e aceitáveis a Deus em Cristo e brotam necessariamente de
uma verdadeira e viva Fé; tanto que por elas se pode conhecer tão evidentemente
uma Fé viva como uma árvore se julga pelo fruto.
As
obras feitas antes da graça de Cristo e da Inspiração do seu Espírito, não são
agradáveis a Deus, porquanto não procedem da fé em Jesus Cristo; nem fazem
homens dignos de receber a graça, nem (como dizem os autores escolásticos)
merecem a graça de congruidade; muito pelo contrário, visto que elas não são
feitas como Deus quis e ordenou que fossem feitas, não duvidamos terem elas a
natureza do pecado.
As
obras voluntárias, que excedem os Mandamentos de Deus, e que se chamam Obras de
Supererrogação, não se podem ensinar sem arrogância e impiedade; porque por
elas declaram os homens que não se rendem a Deus tudo a que são obrigados, mas
também a favor dele fazem mais do que como rigoroso dever lhes é exigido; ainda
que Cristo claramente tenha dito: Quando fizerdes tudo o que vos está ordenado
dizei: Somos servos inúteis.
Cristo,
na verdade de nossa natureza, foi feito semelhante a nós em todas as coisas,
exceto no pecado, do qual foi totalmente isento, tanto na sua carne como no seu
Espírito. Ele veio para ser o Cordeiro imaculado, que, pelo sacrifício de si
mesmo uma vez oferecido, tirou os pecados do mundo; e o pecado (como diz S.
João) não estava nele. Mas nós, os demais homens, posto que batizados, e
nascidos de novo em Cristo, ainda pecamos em muitas coisas; e se dissermos que
não temos pecado, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós.
Nem
todo pecado mortal voluntariamente cometido depois do Batismo é pecado contra o
Espírito Santo, e irremissível. Pelo que não se deve negar a graça do
arrependimento aos que tiverem caído em pecado depois do Batismo. Depois de
termos recebido o Espírito Santo, podemos apartar-nos da graça concedida, e
cair em pecado, e pela graça de Deus levantar-nos de novo, e corrigir nossa
vida. Devem, portanto, ser condenados os que dizem que já não podem pecar mais,
enquanto aqui vivem, ou os que negam a oportunidade de perdão às pessoas
verdadeiramente arrependidas.
A
predestinação para a Vida é o eterno propósito de Deus, pelo qual (antes de
lançados os fundamentos do mundo) tem constantemente decretado por seu conselho
a nós oculto, livrar da maldição e condenação os que elegeu em Cristo dentre o
gênero humano, e conduzi-los por Cristo à salvação eterna, como vasos feitos
para honra. Por isso os que se acham dotados de um tão excelente benefício de
Deus são chamados segundo o propósito de Deus, por seu Espírito, operando no
tempo devido; pela Graça obedecem à vocação, são justificados gratuitamente;
são feitos Filhos de Deus por adoção; são criados conforme à imagem de seu
Unigênito Filho Jesus Cristo; vivem religiosamente em boas obras, e enfim
chegam, pela misericórdia de Deus, à felicidade eterna.
Assim
como a pia consideração da Predestinação, e da nossa Eleição em Cristo, é cheia
de um doce, suave e inexplicável conforto para as pessoas devotas, e os que
sentem em si mesmos a operação do Espírito de Cristo, mortificando as obras da
carne, e seus membros terrenos, e elevando o seu pensamento às coisas altas e
celestiais, não só porque muito estabelece e confirma a sua fé na salvação
eterna que hão de gozar por meio de Cristo, mas porque de modo veemente acende
o seu amor para com Deus; assim para as pessoas curiosas e carnais, destituídas
do Espírito de Cristo, o ter de contínuo diante dos seus olhos a sentença da
Predestinação de Deus é um precipício muitíssimo perigoso, por onde o Diabo as
arrasta ao desespero, ou a que vivam na indignidade dos seres mais impuros, de
maneira não menos perigosa que o desespero.
Além
disso devemos receber as promessas de Deus do modo que nos são geralmente
propostas nas Escrituras Sagradas e seguir em nossas obras a Vontade de Deus,
que nos é expressamente declarada na sua Palavra.
Devem
ser também tidos por amaldiçoados os que se atrevem a dizer que todo o homem
será salvo pela Lei ou pela Seita que professa, contanto que seja cuidadoso em
moldar sua vida segundo essa lei e o lume da Natureza. Porque as Sagradas
Escrituras somente nos propõem o Nome de Jesus Cristo, como único meio pelo
qual os homens se hão de salvar.
A
Igreja visível de Cristo é uma congregação de fiéis, na qual é pregada a pura
Palavra de Deus, e são devidamente ministrados os Sacramentos conforme a
Instituição de Cristo em todas as coisas que necessariamente se exigem neles.
Assim
como a Igreja de Jerusalém, de Alexandria e de Antioquia, erraram; assim também
a Igreja de Roma errou, não só quanto às suas práticas, ritos e cerimônias, mas
também em matéria de Fé.
A
Igreja tem poder de decretar Ritos ou Cerimônias e autoridade nas Controvérsias
da Fé; todavia não é lícito à Igreja ordenar coisa alguma contrária à Palavra
de Deus escrita, nem expor um lugar das Escrituras de modo que repugne a outro.
Portanto, mesmo que a Igreja seja testemunha e guarda das Escritura Sagradas,
todavia, assim como não é lícito decretar coisa alguma contra elas, também não
deve obrigar que seja acreditada coisa alguma que nelas não se encontra, como
necessária para a salvação.
Concílios
Gerais não devem ser reunidos sem o mandamento e a vontade de Príncipes. E
quando eles se reúnem (sendo uma assembléia de homens, onde nem todos são
regidos pelo Espírito e pela Palavra de Deus) podem errar, e às vezes têm
errado, mesmo nas coisas pertencentes a Deus. Portanto, o que por eles é
ordenado como necessário à salvação não possui força nem autoridade, exceto se
for declarado que eles o extraíram das Sagradas Escrituras.
A
doutrina romana relativa a Purgatório, Indulgências, Veneração e Adoração tanto
de Imagens como de Relíquias, e também a Invocação dos Santos, é uma coisa
fútil e inventada em vão, que não se fundamenta em testemunho algum das
Escrituras, mas ao contrário repugna a Palavra de Deus.
A
ninguém é lícito tomar sobre si o cargo de pregar publicamente, ou administrar
os Sacramentos na Congregação, antes que seja legalmente chamado, e enviado a
executá-lo. E devemos julgar por legalmente chamados e enviados aqueles que
tiverem sido escolhidos e chamados para essa obra pelos homens revestidos
publicamente de autoridade, dada a eles na Congregação, para chamar e enviar
Ministros à vinha do Senhor.
Repugna
evidentemente à Palavra de Deus e ao costume da Igreja Primitiva dizer Orações
públicas na Igreja, ou administrar os Sacramentos em língua que o povo não
entenda.
Os
Sacramentos instituídos por Cristo não são unicamente designações ou indícios
da profissão dos cristãos, mas antes testemunhos certos e firmes, e sinais
eficazes da graça e da boa vontade de Deus para conosco, pelos quais ele opera
invisivelmente em nós, e não só vivifica, mas também fortalece e confirma a
nossa Fé nele.
São
dois os Sacramentos instituídos por Cristo nosso Senhor no Evangelho, isto é, o
Batismo e a Ceia do Senhor.
Os
cinco vulgarmente chamados Sacramentos, isto é, Confirmação, Penitência,
Ordens, Matrimônio, Extrema Unção, não devem ser contados como Sacramentos do
Evangelho, tendo em parte emanado de uma viciosa imitação dos Apóstolos, e
sendo em parte estados de vida aprovados nas Escrituras; não têm, contudo, a
mesma natureza de Sacramentos peculiar ao Batismo e à Ceia do Senhor, porque
não têm sinal algum visível ou cerimônia instituída por Deus.
Os
Sacramentos não foram instituídos por Cristo para servirem de espetáculo, ou
para serem levados em procissão, mas sim para os utilizarmos da forma devida. É
só nas pessoas que dignamente os recebem é que há um saudável efeito ou
operação; mas os que indignamente os recebem adquirem para si mesmos a
condenação, como diz São Paulo.
Ainda
que na Igreja visível os maus sempre estejam misturados com os bons, e às vezes
os maus tenham a principal autoridade na Administração da Palavra e dos
Sacramentos, todavia, como não o fazem em seu próprio nome mas no de Cristo, e
em comissão e por autoridade dele administram, podemos usar do seu Ministério,
tanto em ouvir a Palavra de Deus, como em receber os Sacramentos. Nem o efeito
da ordenança de Cristo é tirado pela sua iniqüidade; nem a graça dos dons de
Deus diminui para as Pessoas que com fé e devidamente recebem os Sacramentos
que se lhes administram; os quais são eficazes por causa da instituição e
promessa de Cristo apesar de serem administrados por homens maus.
Não
obstante, à disciplina da Igreja pertence que se inquira acerca dos Ministros
maus, e que sejam estes acusados por quem tenha conhecimento de seus crimes; e
sendo, enfim, reconhecidos culpados, sejam depostos mediante justa sentença.
O
Batismo não é um sinal de profissão, e marca de diferença, com que se
distinguem os Cristãos dos que o não são, mas também um sinal de Regeneração ou
Novo Nascimento, pelo qual, como por instrumento, os que recebem o Batismo
devidamente são enxertados na Igreja; as promessas da remissão dos pecados, e
da nossa adoção como Filhos de Deus pelo Espírito Santo, são visivelmente
marcadas e seladas, a Fé é confirmada, e a Graça, aumentada por virtude da
oração a Deus.
O
Batismo das Crianças deve conservar-se de qualquer modo na Igreja como
sumamente conforme à instituição de Cristo.
A
Ceia do Senhor não só é um sinal do mútuo amor que os cristãos devem ter uns para
com os outros; mas antes é um Sacramento da nossa Redenção pela morte de
Cristo, de sorte que para os que devida e dignamente, e com fé o recebem, o Pão
que partimos é uma participação do Corpo de Cristo; e de igual modo o Cálice da
Bênção é uma participação do Sangue de Cristo.
A
Transubstanciação (ou mudança da substância do Pão e do Vinho) na Ceia do
Senhor, não se pode provar pelas Escrituras Sagradas; mas antes repugna as
palavras terminantes das Escrituras, subverte a natureza de Sacramento e tem dado
ocasião a muitas superstições. O Corpo de Cristo é dado, tomado e comido na
Ceia, somente de um modo celeste e espiritual. E o meio pelo qual Corpo de
Cristo é recebido e comido na Ceia é a Fé.
O
Sacramento da Ceia do Senhor não foi pela ordenança de Cristo reservado, nem
levado em procissão, nem elevado, nem adorado.
Os
ímpios, e os destituídos da fé viva, ainda que carnal e visivelmente comprimam
com os dentes (como diz Santo Agostinho) o Sacramento do Corpo e Sangue de
Cristo, nem por isso são de maneira alguma participantes de Cristo; mas antes,
para sua condenação, comem e bebem o sinal ou Sacramento de uma coisa tão
importante.
O
Cálice do Senhor não se deve negar aos Leigos, porque ambas as partes do
Sacramento do Senhor por instituição à ordem de Cristo devem ser administradas
a todos os cristãos igualmente.
A
oblação uma vez consumada é a perfeita redenção, propiciação e satisfação por
todos os pecados, tanto originais como atuais, do mundo inteiro; e não há
nenhuma outra satisfação pelos pecados, senão esta unicamente. Portanto os
sacrifícios das Missas nos quais vulgarmente se dizia que o Sacerdote oferecia
Cristo para a remissão de pena ou culpa, pelos vivos e mortos, são fábulas
blasfemas e enganos perigosos.
Os
Bispos, Presbíteros e Diáconos não são obrigados, por preceito algum da lei de
Deus, a votar-se ao estado celibatário, ou abster-se do matrimônio; portanto
é-lhes lícito, como aos demais cristãos, casar como entenderem, se julgarem que
isso lhes é mais útil à piedade.
Aquele
que por denúncia pública da Igreja for justamente separado da unidade da
Igreja, e suspenso da Comunhão, deve ser tido por pagão e publicano por todos
os fiéis, até que seja mediante penitência recebido na Igreja por um juiz que
tenha autoridade para isso.
Não
é necessário que as Tradições e Cerimônias sejam em toda a parte as mesmas, ou
totalmente semelhantes; porque em todos os tempos têm sido diversas, e podem
ser alteradas segundo a diversidade dos países, tempos e costumes dos homens, contanto
que nada se estabeleça contrário à Palavra de Deus. Todo aquele que por seu
particular juízo, com ânimo voluntário e deliberado, quebrar manifestamente as
Tradições e Cerimônias da Igreja, que não são contrárias à Palavra de Deus, e
se acham estabelecidas e aprovadas pela autoridade comum (para que outros temam
fazer o mesmo), deve ser publicamente repreendido, como quem ofende a ordem
comum da Igreja, fere a autoridade do Magistrado e vulnera as consciências dos
irmãos débeis. Toda a igreja particular ou nacional tem autoridade para
ordenar, mudar e abolir as Cerimônias ou Ritos da Igreja, instituídos
unicamente pela autoridade humana, contanto que tudo se faça para a edificação.
O
Segundo Livro das Homilias, cujos títulos reunimos abaixo neste Artigo, contêm
doutrina pia, saudável e necessária para estes tempos, como também o primeiro
Livro das Homilias, publicado ao tempo de Eduardo VI, e portanto julgamos que
devem ser lidas pelos Ministros, diligente e distintamente nas Igrejas, para
que sejam entendidas pelo povo.
11. Do Uso correto da
Igreja.
12. Contra o Perigo
da Idolatria.
13. Do reparo e
asseio das Igrejas.
14. Das boas Obras:
principalmente do Jejum.
15. Contra a
Glutonaria e Embriaguez.
16. Contra o Luxo do
Vestuário.
17. Da Oração.
18. Do Lugar e Tempo
da Oração.
19. De como Orações e
Sacramentos se devem administrar em língua conhecida.
10. Da reverente Estima à Palavra de Deus.
11. Das Esmolas.
12. Da Natividade de Cristo.
13. Da Paixão de Cristo.
14. Da Ressurreição de Cristo.
15. Da digna recepção do Sacramento do
Corpo e Sangue de Cristo.
16. Dos Dons do Espírito Santo.
17. Para os dias de Rogações.
18. Do Estado do Matrimônio.
19. Do Arrependimento.
20. Contra a Ociosidade.
21.
Contra a Rebelião.
O
Livro da Sagração de Bispos e Ordenação de Presbíteros e Diáconos, estabelecido
pela Convenção Geral desta Igreja, em 1792, contém tudo quanto é necessário
para a referida Sagração e Ordenação; não há nele coisa alguma que seja por si
mesma supersticiosa e ímpia. E, por conseqüência, todos os sagrados ou
ordenados segundo a referida fórmula são reta, canônica e legalmente ordenados.
O
Poder do Magistrado Civil estende-se a todos os homens, tanto clérigos como
leigos, em todas as coisas temporais; porém não tem autoridade alguma em coisas
puramente espirituais. E temos por dever de todos os homens que professam o
Evangelho renderem obediência respeitosa à Autoridade Civil, que é regular e
legitimamente constituída.
As
Riquezas e Bens dos cristãos não são comuns quanto ao direito, título e posse,
como falsamente apregoam certos anabatistas. Todos, no entanto, das coisas que
possuem, devem dar liberalmente esmola aos pobres, segundo o seu poder.
Assim
como confessamos que o Juramento vão e temerário é proibido aos cristãos por
nosso Senhor Jesus Cristo, e por Tiago, seu Apóstolo, assim também julgamos que
a Religião Cristã de nenhum modo proíbe que uma pessoa jure quando o Magistrado
o exige em causa de fé e caridade, contanto que isto se faça segundo a doutrina
do Profeta, em justiça, juízo e verdade.
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