“O desígnio e a formosura se evidenciam no Universo, mas o desígnio e a formosura implicam um arquiteto, por tanto o Universo é a obra de um Arquiteto dotado de inteligência suficiente para explicar a Sua obra. O grande relógio de Estrasburgo tem, além das funções normais de um relógio, uma combinação de luas e planetas que se movem com seus grupos de figuras que aparecem e desaparecem com regularidade igual ao soarem as horas no grande cronômetro. Declarar não ter havido um engenheiro que construiu o relógio, e que este objeto “aconteceu”, seria insultar a inteligência e a razão humana. É insensatez presumir que o Universo “aconteceu”, ou, em linguagem científica, que procedeu do concurso fortuito dos átomos!

Suponhamos que o livro The Pilgrims’ Progress (O Peregrino) fosse descrito da seguinte maneira: o autor tomou um vagão de tipos de imprensas e com pá os atirou ao ar. Ao caírem no chão, natural e gradualmente se ajuntaram de maneira a formar a famosa história de John Bunyan. Os homens mais incrédulos diriam: “Que absurdo”! E a mesma coisa dizemos das suposições do ateísmo, em relação á criação do Universo.

     O exame de um relógio revela que ele leva os sinais do desígnio, por que as diversas peças são reunidas com um propósito prévio. Elas são colocadas de tal modo que produzem movimentos, e esses movimentos são regulados de tal maneira que marcam as horas. Disso inferimos duas coisas: primeiro, que o relógio teve alguém que o fez, e segundo, que o seu fabricante compreendeu a sua construção, e o projetou com o propósito de marcar as horas. Da mesma maneira observamos o desígnio e a operação de um plano no mundo e naturalmente, concluímos que houve alguém que o fez e que sabiamente o preparou  para o propósito ao qual está servindo.

     O fato de nunca termos observados a fabricação de um relógio não afetaria em nada essas conclusões, mesmo que nunca conhecêssemos um relojoeiro, ou que  jamais tivéssemos ideia do processo desse trabalho. Igualmente, a nossa convicção de que o Universo teve um Arquiteto, de forma nenhuma sofre alterações pelo fato de nunca termos observado a sua construção, ou de nunca termos visto o Arquiteto. Do mesmo modo a nossa conclusão não se afetaria se alguém nos informasse que o relógio é resultado das operações, ou da operação, das Leis da Mecânica e explica-se pelas propriedades da matéria. Ainda assim teremos que considerá-lo como abra de um hábil relojoeiro que soube aproveitar essas Leis da Física e suas propriedades para fazer o relógio funcionar. Da mesma forma, quando alguém nos informa que o Universo é simplesmente o resultado da operação das leis da natureza, nos vemos constrangidos a perguntar: “Quem projetou, estabeleceu e usou essas leis”? Isso em razão de ser implícita a presença de um legislador, uma vez que há leis.

Tomemos para ilustrar a vida dos insetos. Há uma espécie de escaravelho chamado Staghorn, ou “Chifrudo”. O macho tem magníficos chifres, duas vezes mais cumpridos que o seu corpo, a fêmea não tem chifres. No estágio larval eles enterram-se na terra e, silenciosamente, esperam na escuridão pela sua metamorfose. São naturalmente meros insetos, sem nenhuma diferença aparente e, no entanto, um deles escava para si um buraco duas vezes mais profundo que o outro. Por quê? Para que haja espaço para os chifres do macho se desenvolver com perfeição. Por que essas larvas, aparentemente iguais, diferem assim em seus hábitos? Quem ensinou o macho a cavar seu buraco duas vezes mais profundo do que o faz a fêmea? Seria o resultado de um processo racional? É claro que não, provém de Deus, o Criador, Ele quem pôs naquelas criaturas a percepção instintiva que lhes seria útil. De onde recebeu esse inseto a sua sabedoria? Alguém talvez pense que a herdara de seus pais. Mas um cão ensinado, por exemplo, transmite à sua descendência a sua astúcia e agilidade? Não. Mesmo que admitamos que o instinto fosse herdado, ainda assim depararíamos com o fato de que alguém havia instruído o primeiro escaravelho chifrudo. A explicação do maravilhoso instinto dos animais acha-se nas palavras do primeiro capítulo do livro da criação na Bíblia: “E disse Deus” – Isto é, A Vontade de Deus. Quem observa o funcionamento de um relógio sabe que a inteligência não está no relógio, mas sim, no seu fabricante. E quem observa o instinto maravilhoso das menores criaturas, concluirá que a primeira inteligência não era a delas, mas sim, do seu Criador, e que existe uma Mente controladora dos menores detalhes da vida.

O Dr. Whitney, ex-presidente da American Society (Sociedade Americana) e membro da American Academy of Arts and Science (Academia Americana de Artes e Ciências), disse certa vez que “um ímã repele outro pela Vontade de Deus e ninguém pode dar razão melhor”. “O que o senhor quer dizer com a expressão - a vontade de Deus”? Alguém lhe perguntou. O Dr. respondeu: “‘Como o senhor define a luz’? Existe a Teoria Corpuscular, a Teoria das Ondas, e agora a Teoria do Quantum, e nenhuma dessas teorias passa de uma conjectura educada. Com uma explicação tão boa como essas, podemos dizer que a luz caminha pela Vontade de Deus… a Vontade de Deus, essa lei que descobrimos sem a podermos explicar – é a única palavra final”.

O Sr. A. J. Peace, desenhista do periódico evangélico “Sunday School Times”, fala de sua entrevista com o finado Wilson J. Bentley, perito em microfotografia (fotografar o que se vê através do microscópio). Por mais de um terço de século esse senhor fotografou cristais de neve. Depois de haver fotografado milhares desses cristais ele observou que todos eram de um padrão formoso, e de forma sextavada, mais ou menos da forma dessa figura ao lado.


Quando lhe perguntaram como se explicava essa simetria sextavada, ele respondeu: “Decerto, ninguém sabe senão Deus, mas minha teoria é a seguinte: como todos sabem, os cristais de neve são formados de vapor de água a temperatura abaixo de zero, a água se compõe de três moléculas, duas de hidrogênio que se combina com uma de oxigênio. Cada molécula tem uma carga de eletricidade positiva e negativa, a qual tem a tendência de polarizar-se nos lados opostos. O algarismo três, portanto, figura no assunto desde o começo”.

“Como podemos explicar estes pontinhos tão interessantes, as voltas e as curvas graciosas, e estas quinas chanfradas tão delicadamente cinzeladas, todas elas dispostas com perfeita simetria ao redor do ponto central”? – Perguntou o Sr. Peace.

Ele encolheu os ombros e disse: “Somente o Artista que os desenhou e os modelou conhece o processo”.

Sua declaração acerca do “algarismo três que figura o assunto” me pôs a pensar. Não seria então que o Trino Deus, que modela toda a formosura da criação, rubrica a própria Trindade nestas frágeis estrelas de cristal de gelo como quem assina seu nome em sua obra-prima? Ao examinar os flocos de neve ao microscópio, vê-se instantaneamente que o princípio básico da estrutura do floco de neve é o hexágono ou a figura de seis lados, o único exemplo disso em todo o reino da geometria a este respeito. O raio do circuito circunscrevente é exatamente igual ao cumprimento de cada um dos sei lados do hexágono. Por tanto, resultam seis triângulos equiláteros reunidos ao núcleo central, sendo todos os triângulos de sessenta graus (60°), a terça parte de toda a área num lado de uma linha reta. Que símbolo sugestivo do Deus trino é o triângulo! Aqui temos unidade: um triângulo formado de três linhas, cada parte indispensável à integridade do conjunto.

A curiosidade agora me impeliu a examinar as referências bíblicas sobre a palavra “neve”, e descobri com grande prazer, este mesmo “triângulo” inerente na Bíblia. Por exemplo, há 21 ( ) referências contendo o subscritivo “neve” no Antigo, e 3 no Novo Testamentos, 24 ao todo. Então achei três referências que falam da “lepra branca como a neve”. Três vezes a purificação do pecado é comparada a neve. Achei mais três que falam de roupas “tão brancas como a neve”. Três vezes a aparência do Filho de Deus compara-se à neve. Mas a maior surpresa foi descobrir que a palavra hebraica “neve” é composta inteiramente de algarismos “três”! É fato, embora não seja geralmente conhecido que, não tendo algarismos, tanto os hebreus como os gregos usavam as letras do seu alfabeto como algarismos. Bastava um olhar casual de um hebreu na palavra SHELEB (palavra hebraica que quer dizer “neve”) para ver que ela significa o algarismo 333, bem como significa “neve”, no hebraico a primeira letra, que corresponde a nossa “SH”, vale 300, a segunda consoante “L” vale 30 e a consoante final, o nosso “G”, vale 3. Somando-as, temos 333, três algarismos de três. Curioso, não é? Mas por que não esperar exatidão matemática de um livro plenamente inspirado, tão maravilhoso quanto o mundo que Deus criou?

Acerca de Deus Jó disse: “Faz grandes coisas que não podemos compreender. Pois diz à neve: Cai sobre a Terra…  (Jó 37. 5, 6)”. Eu já gastei um dia inteiro para copiar com pena e tinta o desenho de Deus de seis cristais de neve e fiquei muito fatigado. No entanto, para Ele é muito fácil fazê-lo! “Ele diz a neve” — e com uma palavra está feito. Imaginem quantos milhões de bilhões de cristais de neve caem sobre um hectare de terra durante uma hora, e imaginem se puderem o fato surpreendente de que cada cristal tem sua individualidade própria, um desenho e modelo sem duplicata nesta ou em qualquer outra tempestade. “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não posso atingir” (Sl 139. 6). Como pode uma pessoa ajuizada, diante de tal evidencia de desígnios multiplicados por um sem-número de variedades, duvidar da existência, da Soberania e da obra do Desenhista, cuja capacidade é imensurável?! Um Deus capaz de fazer tantas belezas é capaz de tudo, até mesmo de moldar as nossas vidas dando-lhes beleza e simetria”.

[Anônimo]
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