A pós-modernidade trouxe para dentro de nossas Igrejas muita coisa
boa, dentre elas a informação e alguns conceitos importantes para os líderes. Estratégia, planejamento,
produtividade e outros assuntos passaram à ocupar nossa atenção e começamos a
olhar para a liderança como sendo algo mais
abrangente do que pensávamos anteriormente. Do ponto de vista da qualificação do líder isso foi
ótimo. Mas espiritualmente, alguns problemas começaram a surgir, dentre eles um excesso de preocupação com a
técnica e a desprezo às disciplinas espirituais e dependência de Deus. Por não conseguirmos trabalhar bem com essas
duas vertentes se levantaram líderes extremamente técnicos e nada espirituais. E em resposta a isso
algumas Igrejas resolveram abolir qualquer idéia de planejamento e técnica, exatamente para afugentar a idéia de
liderança não espiritual.
De todos os problemas da liderança cristã nesse tempo eu destaco 3
principais:
(1) Pragmatismo –
Muitos líderes perderam o seu relacionamento vital com Deus por conta de
um
comprometimento radical com o pragmatismo. Como estratégias de
sucesso, passaram a pautar seus atos pelos resultados, acabaram negociando valores antes inegociáveis.
Os fins acabaram justificando os meios e com isso a perspectiva espiritual sadia foi para o espaço. A
ênfase ‘isso dá certo’ acabou comprometendo qualquer preocupação com a vida espiritual dos liderados e até
mesmo a busca incessamente à vontade de Deus.
(2) Competição com outros
ministérios - Uma visão
competitiva extrema pode produzir uma perda ou enfraquecimento da
vivência espiritual do
líder. É
quando ele passa apenas a lutar pelo
seu lugar no mercado, como se a sua própria sobrevivência ou dignidade humana
dependesse disso. Líderes cristãos não são competidores entre si. Somos partes de um mesmo time. Em nome
dessa competição alguns ministérios se transformaram em Igrejas à parte, cobrando dos liderados uma
exclusividade, como aquela vista nas emissoras de televisão quando um artista não pode nem dar
entrevista em outras emissoras. A idéia de Corpo pode ser perdida nesse ambiente e em consequência disso a
visão espiritual de unidade é substituída pela competição entre ministérios, grupos musicais, eventos,
etc...
(3) Visão materialista do
ministério - Quando um líder desenvolve uma visão materialista do ministério é
um sinal forte de que a sua espiritualidade encontra-se extinta ou em
vias disso. Quando o homem perde a visão espiritual da vida ele precisa substituí-la por outras realidades
e a mais comum é o apego às coisas materiais e a aparente segurança que elas promovem. Há líderes que atuam de modo materialista
crendo que o dinheiro ou a formação lhe darão o sucesso que tanto anseiam no
ministério. Fuja dessa visão materialista e lembre-se de que uma vida com Deus é muito mais importante.
(4) Perda do cultivo de um
relacionamento real com Deus - Creio que a raiz disso tudo está na perda de um relacionamento diário, real e equilibrado com Deus. Quando o líder
se deixa enredar por uma rotina dura e fria e ignora a necessidade de se manter na presença do Senhor
como um estilo de vida, isso terá um efeito decisivo sobre o seu poder e relevância. Há líderes que estão tão
envolvidos com as coisas de Deus que não tem mais tempo para Deus. Não oram, não leem a Bíblia, não se
alimentam da adoração e comunhão e por conseguinte não tem poder espiritual algum.
Com certeza poderíamos tratar de vários outros temas mas esses já deixam claro que não podemos permitir que as vantagens, apelos, visão e oportunidades da Pós-Modernidade substituam uma vida com Deus que é o suporte para qualquer líder, independente das técnicas que utilizar. Líderes crentes em primeiro lugar e técnicos em segundo.
Com certeza poderíamos tratar de vários outros temas mas esses já deixam claro que não podemos permitir que as vantagens, apelos, visão e oportunidades da Pós-Modernidade substituam uma vida com Deus que é o suporte para qualquer líder, independente das técnicas que utilizar. Líderes crentes em primeiro lugar e técnicos em segundo.
Guilherme Gimenez
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